<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=15 mm><LF=164 mm><AF=259 mm><FIOH=2 pt><MF=27 mm><PF=40 mm><LF=164 mm>ATA DA QUADRAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 11.06.1997.

 


Aos onze dias do mês de junho do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Lauro Hagemann, Nereu D'Ávila, Paulo Brum e Reginaldo Pujol. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Gerson Almeida, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Motta, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maria do Rosário, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Renato Guimarães, Sônia Santos e Tereza Franco. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Quadragésima Sétima Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pela Vereadora Clênia Maranhão, o Pedido de Informações nº 103/97 (Processo nº 1847/97); pelo Vereador João Dib, 05 Emendas ao Projeto de Lei do Executivo nº 25/97 (Processo nº 1822/97); pela Vereadora Sônia Santos, o Projeto de Lei do Legislativo nº 115/97 (Processo nº 1842/97). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 255 e 258/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 211/97, do Senhor João Carlos Vasconcellos, Diretor-Presidente da Empresa Portoalegrense de Turismo S/A - EPATUR; 396/97, do Senhor Sérgio Santos Marino, Procurador de Justiça e Coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Defesa Comunitária; 538/97, do Senhor Martim Saraiva Barboza, Chefe de Gabinete do Vice-Governador do Estado do Rio Grande do Sul; s/nº, do Senhor Sérgio Pegoraro, Presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul; s/nº, do Senhor Ricardo Malcon, Presidente da Associação dos Bancos no Estado do Rio Grande do Sul; s/nº, do Senhor Leo Voigt, Diretor Executivo da Fundação Mauricio Sirotsky Sobrinho; Convites da Diretoria da Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE, para a cerimônia de inauguração da Agência de Multi-Atendimento Restinga, realizada em cinco de junho do corrente; do Senhor José Haroldo Loureiro Gomes, Diretor do Departamento de Desporto da Secretaria da Educação/RS, para a cerimônia de abertura dos XXIV Jogos Universitários Gaúchos, realizada em seis de junho do corrente; da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural, para o ato de inscrição do Parque Farroupilha no Livro Tombo da Prefeitura como Patrimônio Histórico e Cultural da Cidade; da Sociedade Espírita Ramiro D'Ávila - Sopa do Pobre e Lions Clube Porto Alegre - Alto da Bronze, <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>para a solenidade de inauguração e fundação da Creche Gotas de Esperança, realizada em três de junho do corrente; do Caho Lopes - Projeto Cara Limpa, para o lançamento do livro "O Inferno da Cocaína", do escritor José Luciano Rollin, realizado em três de junho do corrente; do Deputado João Luiz Vargas, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, para a solenidade de instalação da Comissão Especial do Idoso, realizada em três de junho do corrente; do Comitê de Psicomotricidade Relacional - Região Sul e da Associação Cristã de Moços - ACM, para a Sessão de Abertura do Encontro Internacional de Psicomotricidade - Edição Sul - "Conversando com André Lapierre", realizada em dois de junho do corrente; da Themis - Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero, para o debate "Direitos Sexuais e Reprodutivos - Instrumentos Internacionais de Proteção", realizado em vinte e oito de maio do corrente; Impressos da Atual Congressos e Eventos, divulgando o III Encontro Nacional de Parlamentares Municipais, realizado em Canela/RS, de vinte e um a vinte e quatro de maio do corrente, e divulgando o Seminário Nacional sobre Competências Municipais, a ocorrer em Belém/PA, de vinte e cinco a vinte e oito de junho do corrente; do Instituto Brasileiro de Administração Municipal - IBAM, divulgando o Curso de Administração de Material, a ocorrer de nove a treze de junho do corrente; da Associação Brasileira de Servidores de Câmaras Municipais - ABRASCAM, divulgando o Curso de Processo e Técnica Legislativa, a ocorrer de dez a treze de junho do corrente; da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul e da Câmara de Dirigentes Lojistas de Novo Hamburgo, divulgando a XXVIII Convenção Estadual Lojista, o XXXI Seminário Estadual de SPC's e a IX Feira Lojista, a ocorrerem de dezenove a vinte e um de junho do corrente. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Tereza Franco, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia treze de junho do corrente, informando o Senhor Presidente que, em substituição à Sua Excelência, assumirá o Suplente Jocelin Azambuja, que integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, esteve, em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 25/97, discutido pelos Vereadores João Dib, Reginaldo Pujol, Cláudio Sebenelo e Adeli Sell. Na ocasião, foi apregoado o Parecer nº 58/97, da Comissão de Constituição e Justiça,  referente ao Requerimento de autoria do Vereador Isaac Ainhorn, de nº 46/97 (Processo nº 773/97 - Oitiva da Comissão de Constituição e Justiça quanto à legalidade do Decreto Municipal nº 11.685, republicado no Diário Oficial do Município em cinco de fevereiro de mil novecentos e noventa e sete), tendo informado o Senhor Presidente que tal parecer será enviado ao Executivo Municipal. Em continuidade, o Senhor Presidente, fundado em Parecer da Procuradoria da Casa (Processo nº 1252/97 - Direito de Voto do Presidente da Casa, bem como de Vereador no exercício da Presidência), informou que o Presidente deste Legislativo só tem direito a voto nas situações previstas no artigo 83 e suas alíneas "a", "b" e "c", do Regimento, não podendo votar outras matérias, quando afastado temporariamente da direção dos trabalhos. Ainda, o Vereador que <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>estiver no exercício da Presidência tem o seu direito a voto adstrito às situações previstas no dispositivo legal supra mencionado. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 41/92, discutido pelo Vereador João Dib; o Projeto de Lei do Legislativo nº 107/97, discutido pelos Vereadores João Dib e Cláudio Sebenelo; o Projeto de Lei do Legislativo nº 108/97, discutido pelos Vereadores João Dib e Reginaldo Pujol; em 2ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 58/97, discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol; os Projetos de Lei do Legislativo nºs 68, 104, 105 e 106/97; os Projetos de Lei do Executivo nºs 22 e 24/97; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 88/97; os Projetos de Lei do Executivo nºs 21 e 23/97, este discutido pelo Vereador Adeli Sell. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Lauro Hagemann teceu comentários sobre a rebelião ocorrida na Fundação para o Bem-Estar do Menor - FEBEM, no dia seis de junho do corrente, criticando o tratamento dispensado pela Fundação aos seus internos. Ainda, referiu-se ao cerceamento na atividade dos jornalistas na cobertura do fato, os quais não puderam ingressar nas dependências da instituição. O Vereador Antonio Hohlfeldt, reportando-se ao pronunciamento do Vereador Lauro Hagemann, discorreu sobre a instituição, pelo Governo do Estado, de "Casas Regionalizadas", cujo objetivo é o de abrigar menores infratores, evitando o seu encaminhamento para a Capital e a conseqüente superlotação das instalações da FEBEM. Na ocasião, o Vereador Lauro Hagemann solicitou que fosse verificada pela Comissão de Educação, Cultura e Esportes, a necessidade de comparecimento à Casa da Diretora da FEBEM, para prestar esclarecimentos acerca da rebelião ocorrida nessa Fundação. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em continuidade, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Elói Guimarães, solicitando alteração na ordem de apreciação dos projetos constantes da Ordem do Dia, por quinze votos SIM, doze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Elói Guimarães, Juarez Pinheiro e Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Paulo Brum e Renato Guimarães, votado Não os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco e optado pela Abstenção o Vereador Pedro Ruas. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do ex-Vereador Geraldo de Mattos Filho. Ainda, registrou o falecimento da Senhora Cezaria Franco da Silva, sogra do Ve<D>reador Eliseu Sabino. Após, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Reginaldo Pujol, solicitando alteração na ordem de votação da matéria a ser apreciada. Em Renovação de Votação foi rejeitado o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo nº 09/97, considerando-se prejudicadas as Emendas a ele apostas, por quinze votos SIM e dezesseis votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Adeli <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Paulo Brum e Renato Guimarães, votado Não os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib (este com Declaração de Voto), Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco. Em Renovação de Votação foi rejeitado o Projeto de Lei do Executivo nº 09/97, considerando-se prejudicadas as Emendas e Subemendas a ele apostas, por nove votos SIM, dezesseis votos NÃO e três ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Gerson Almeida, Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Elói Guimarães, Luiz Braz, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, João Dib e Fernando Záchia, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, João Motta, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann e Maria do Rosário, votado Não os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, João Carlos Nedel, João Dib (este com Declaração de Voto), Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco e optado pela Abstenção os Vereadores Antônio Losada, Guilherme Barbosa e Renato Guimarães. Na ocasião, os trabalhos estiveram suspensos das dezessete horas e dez minutos às dezessete horas e doze minutos, nos termos regimentais, e o Senhor Presidente, respondendo a Questões de Ordem dos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Gerson Almeida, Luiz Braz, Pedro Ruas, João Dib e Lauro Hagemann, prestou informações acerca do encaminhamento dos trabalhos em casos de renovação de votações. Também, respondendo a Questão de Ordem do Vereador Gerson Almeida, o Senhor Presidente declarou que, conforme o artigo 65 da Lei Orgânica, o Vereador possui inviolabilidade, sendo o único responsável por seus pronunciamentos. Ainda, reafirmou convite feito pela diretoria do Sport Club Internacional, para jantar a ser oferecido aos Senhores Vereadores, hoje à noite, no Galpão Crioulo do Parque Gigante. Em Renovação de Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 07/96, com ressalva da Emenda a ele aposta, por vinte e nove votos SIM e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Juarez Pinheiro e Antonio Hohlfeldt, sendo submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Juarez Pinheiro, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio  Sebenelo, Clênia  Mara<D>nhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos e Tereza Franco e optado pela Abstenção o Vereador Antonio Hohlfeldt. A seguir, foi rejeitada a Emenda nº 01 aposta a este Projeto, por onze votos SIM e dezesseis votos NÃO, sendo submetida <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>à votação nominal por solicitação do Vereador Juarez Pinheiro, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Sônia Santos e votado Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila e Renato Guimarães. A seguir, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais. Em continuidade, foi aprovado Requerimento do Vereador Gerson Almeida, solicitando o adiamento da renovação de votação nominal do Projeto de Lei do Legislativo nº 02/97 por três Sessões, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal e Maria do Rosário. Na ocasião, os trabalhos estiveram suspensos das dezoito horas e dezesseis minutos às dezoito horas e vinte e quatro minutos, nos termos regimentais, e o Senhor Presidente, respondendo Questões de Ordem dos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Luiz Braz, informou que, de acordo com o artigo 178 do Regimento, era viável o adiamento da renovação de votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 02/97. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Resolução nº 07/97 que, a Requerimento, aprovado, do Vereador Paulo Brum, teve adiada sua discussão por uma Sessão. Em Discussão Geral, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 01/97 que, a Requerimento, aprovado, do Vereador Reginaldo Pujol, teve adiada sua discussão por duas Sessões. A seguir, foi aprovado Requerimento n º 142/97 (Processo nº 1851/97 - destinação de período de Comunicações para homenagear o Colégio São Luiz), do Vereador Fernando Záchia. Em Renovação de Votação esteve o Requerimento nº 133/97 (Processo nº 1770/97), de autoria do Vereador Cyro Martini, o qual foi encaminhado à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Cyro Martini. Na oportunidade, constatada a inexistência de "quorum", o  Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos às dezenove horas e nove minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à  hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Guilherme  Barbosa. Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata  que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Estão abertos os trabalhos.

A Vera. Tereza Franco solicita licença para tratar de interesses particulares no dia 13.06.97, porque foi convidada para participar do Programa da Sílvia Popovic, na Rede Bandeirantes, em São Paulo.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença da Vera. Tereza Franco e dada posse ao Suplente conforme consta da Ata.)

 

Passamos à

 

PAUTA ESPECIAL

 

2ª SESSÃO

 

PROC.  1822/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 025/97, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentais para 1998 e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho dito que chega de fazer leis, mas nós continuamos fazendo muitas leis, e as leis mais importantes são essas como a que neste momento se discute, que é a Lei de Diretrizes Orçamentárias para o próximo ano. Todos sabemos que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre tem uma receita excelente, uma das melhores receitas de prefeituras de capitais, e no Estado, sem dúvida nenhuma, a melhor. Gostaria de ver o  ISSQN crescendo como já cresceu no passado. Está muito estabilizado, e estou preocupado. Mas, evidentemente, o Município pagou mais para seus agentes fiscais, esqueceu dos pobres servidores das classes mais baixas, contrariando tudo o que está escrito na bíblia petista, que me acompanha sempre, porque a Lei Orgânica diz que o salários dos municipários, na forma do art. 31, se vinculam ao salário básico, e todos os salários fazem parte de uma composição que começa com o salário do nível  2. Se ontem o nível 2 representava 1/20 do que ganha um agente tributário do Município, hoje representa 1/30. Então, alguém foi lesado. Mas aqueles que tinham a responsabilidade de fazer o ISSQN crescer não fizeram nada, porque o ISSQN não está crescendo em Porto Alegre e sabemos que há sempre muito mais serviços a serem cobrados. Eles agora já têm mais salário, como os Procuradores do Município têm mais salários, como o pessoal da Fazenda tem, mais salários em detrimento daquele dos pobres coitados que não têm nada. Portanto, era hora de discutir a Lei de Diretrizes Orçamentárias, encontrar soluções para que o ISSQN volte a crescer, que seja convenientemente fiscalizado, e parece que não o está sendo. Talvez eu esteja brincando com a verdade, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, mas é a maneira de fazer o Município arrecadar mais.

Tenho uma preocupação séria com os servidores do Município, que não têm medicamentos para atender as suas necessidades, mas eu confio na sensibilidade do inteligente Ver. Henrique Fontana, que dirige os negócios da saúde no Município e que está preocupado, segundo conversa que tive com ele ontem, com a criação de um laboratório para que os remédios possam ser produzidos no Município com valores muito mais baixos e que, em um primeiro momento, todos os servidores tenham os remédios necessários e que depois se estenda à própria população. É a soma das emendas que apresentei à Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Estou preocupado com os gastos publicitários do Município. Quando Prefeito não gastei nada de publicidade e, como Vereador, fui atender a um convite do Prefeito Tarso Genro para que me explicasse quanto gastava de publicidade, as razões dos cartazes. Não estou falando de televisão, rádio e jornal. Eu dizia ao Prefeito que, quando eu fui Prefeito, nada gastei em publicidade. O seu Assessor de Comunicação Social, imediatamente, com aquela inteligência que Deus lhe deu, com aquela  luminosidade, disse: “Nós pesquisamos e o Senhor não gastou nada mesmo.” Que inteligência! Que desperdício! O que queremos é que gaste 0,35% da receita com publicidade. Devem ser estudados, eu penso, os gastos com os editais. Esses devem ser excluídos, no meu entendimento, dos 0,35%. E pelo menos o Ver. Hélio Corbellini me ouve com aquela atenção que sempre teve para com os problemas da Cidade porque, quando ele era Secretário de Governo, com ele eu também conversava sobre isso e as preocupações que tinha com a publicidade realmente oficial do Município.

Preocupa-me a posição dos municipários, sim, porque o art. 15 do presente Projeto... Eu vou rezar a Deus para que ele seja verdade, porque ele fala que tem preocupação em melhorar as condições de trabalho, especialmente no que concerne à saúde. Foi aí que fizemos a emenda do laboratório farmacêutico de Porto Alegre, alimentação e segurança do trabalho e justa remuneração. É claro que, se a Administração do Município, a Administração Prefeitural faz um projeto de lei de Diretrizes Orçamentárias, dizendo que está preocupada com justa remuneração, e se o Prefeito Raul Jorge Pont, que assina o seu nome até nas medalhas de Cidadão de Porto Alegre, contrariando tudo que existe de legislação a respeito, se ele assinou aqui, acho que a assinatura dele vale e ele vai dar melhores salários para os municipários até para atender nesse atual dissídio, já que sobra dinheiro do ano passado e a arrecadação esse ano já está com superávit, porque já estão fazendo suplementações de mais de um milhão de reais em cima do excesso de arrecadação. Eu acho que ele vai atender os municipários agora, no dissídio coletivo, porque ele escreveu aqui, e quem assina no Rio Grande do Sul honra a sua assinatura, principalmente em documento público. O Dr. Jorge Anglada Pont vai dar atendimento às reivindicações dos municipários porque ele assinou aqui. Colocou na lei “justa remuneração” até para recuperar aquela perdida no passado, em maio de 1991 - 30% do poder aquisitivo do municipários. Em maio de 1995, 7,8 de uma só vez, e ele agora diz que tem que ter “justa remuneração”. O homem que assina o seu nome na medalha de Cidadão de Porto Alegre, assina em um projeto de lei, vai cumprir a lei, vai cumprir a sua própria posição. Ou lhe deram para assinar e ele não sabe o que assinou? Eu acho que o tratamento vai ser diferente no dissídio dos municipários agora.

E há uma série de outras coisas. As emendas - eu já apresentei várias e sei que os meus ilustrados colegas apresentarão mais e nós vamos debater em profundidade. Eu apenas desejo lembrar à Bancada do PT que há uma disposição, há uma análise da Comissão de Justiça que diz que os 13% da saúde são  sobre o orçamento global do Município. Como assinava o Dr. Tarso Fernando Herz Genro, o orçamento global do Município é tanto. Lá estava Centralizada, DMAE, DMLU, DEMHAB e FESC. Esse era o orçamento global do Município. Isso é o que está escrito na LOM e nisso é que a CJ disse que devem incidir os 13%.

Sou grato, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em especial pela atenção dos Vereadores, meus companheiros, preocupados com os problemas da Cidade, e lhes digo: saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos dar conhecimento ao Plenário do Parecer exarado pela CCJ à consulta feita pelo Ver. Isaac Ainhorn sobre a legalidade do Decreto Municipal nº 11.685. No Parecer, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, diz:

“No presente caso, portanto, um decreto não pode alterar a Lei Orgânica Municipal, constituindo-se ato administrativo imperfeito, por inobservância, de forma prescrita em lei, por falta de competência do órgão legiferante, no caso, o Poder Executivo, e por exorbitar do poder regulamentador. Pelo exposto, entendo que o Decreto Municipal nº 11.685/97 é contrário à lei maior do município e à legislação complementar pertinente.”

 Esse é o voto majoritário, com seis Vereadores votando e três votos contrários, que nós vamos, por cópia, oficiar ao Sr. Prefeito Municipal.

Temos também, por dever de ofício e de transparência desta Presidência, que informar a este Plenário sobre o resultado de outra consulta feita pela Diretoria Legislativa à Procuradoria por solicitação desta Presidência. A consulta foi sobre o direito de voto do Presidente. A Procuradoria respondeu, em douto Parecer, que a  votação é permitida exclusivamente dentro dos estritos termos do art. 83 da LOM, ou seja, só vota quando for um processo que precise maioria absoluta ou para o desempate no processo de votação simples. Solicitei à Sra. Diretora Legislativa, Dra. Inês, que faça a distribuição da cópia do Parecer a todos os Srs. Vereadores.

Em outras palavras, quando estivermos em processo de votação, o Presidente, se afastando da Mesa, continua sem o direito de voto e quem assume a Presidência também perde o direito de voto. Esta é a interpretação da Procuradoria, nos estritos limites da LOM e do Regimento. Para que não haja mais dúvidas, se o Presidente da Casa tiver que se afastar dos trabalhos da Mesa e assumir uma das tribunas do Plenário, não tem direito a voto, e se assumir a Presidência dos trabalhos também não tem direito de voto.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu retorno à tribuna porque entendo que este Projeto que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para 1998 é de grande importância, Ver. Guilherme Barbosa. É uma forma de respondermos a algumas críticas que, ainda ontem, tivemos oportunidade de ouvir em um veículo de comunicação, onde se disse que a Casa apenas discute e vota assuntos que dizem respeito a homenagem e solidariedade, deixando de lado os assuntos do cotidiano de Porto Alegre. Agora, depois de ter ouvido o Ver. João Dib durante 15 minutos, onde ele trouxe essa série de informações decorrentes da sua experiência parlamentar e como homem vinculado ao Município, nós haveremos de discutir por uma hora esse assunto porque faz parte do nosso dever. Quem está atento ao dia-a-dia da Cidade vê, neste Projeto, uma série de situações que têm que ficar muito claras, Ver. João Dib, e V.Exa., desde o primeiro momento já diligenciou em algumas emendas sabiamente colocadas e habilmente apresentadas.

Quero participar de um debate sobre o que está contido no art. 12 deste Projeto de Lei, quando fala das diretrizes específicas para o Poder Legislativo e que estabelece, no art. 12, que, na elaboração do Projeto de Lei Orçamentária da Administração Direta, as despesas com o Legislativo não excederão a 3,5% das receitas correntes. São necessárias, na discussão deste dispositivo altamente preocupante, algumas indagações e, por conseqüência, algumas definições.

Primeiro, Sr. Presidente, eu discutiria a colocação do dispositivo inquinado à medida em que diz: “Na elaboração do Projeto de Lei Orçamentária da Administração Direta, as despesas com o Legislativo...” O entendimento é que nós somos um apêndice da Administração Direta, quando nós somos integrantes do conjunto da Administração da Cidade, quer Direta, quer Indireta. A segunda colocação, acompanhada de indagação, é a exata definição do que se entende por receitas correntes do Município na medida em que conhecemos a complexidade com que se forma a receita do Município, através da receita própria, através das transferências obrigatórias, especialmente aquelas que dizem respeito à participação municipal no duodécimo dos recursos arrecadados pelo Estado pelo Imposto de Circulação de Mercadorias e Bens de Serviço, e, finalmente, algumas novas transferências de recursos compulsoriamente transferidos ao Município a partir de outubro do ano passado. E esse é um dos mais importantes fatos a serem sopesados, neste momento, que são os recursos que são transferidos ao Município a partir de outubro do ano passado para a manutenção do Sistema Único de Saúde no Município de Porto Alegre. Isso é relevante na medida em que o próprio Orçamento de 1997, ao ser apresentado, fazia expressa referência à exclusão dos valores transferidos ao Município para a manutenção do SUS que,  se considerado, implicaria na majoração do Orçamento da Administração Direta como um todo em cerca de 40%, já que num orçamento de R$ 508.000.000,00 o acréscimo de R$ 200.000.000,00 teria um reflexo em torno de 40% nesse Orçamento.

Além do mais, Sr. Presidente, há uma discussão antiga, que vem ocupando a atenção de legisladores nos vários pontos deste País, que diz respeito à conceituação do Orçamento como um todo ou fragmentado, aqui em Porto Alegre. Por exemplo: grande parte do recurso manuseado pela Administração Municipal é feito através da ação de uma das suas empresas descentralizadas, dos seus departamentos descentralizados, o Departamento Municipal de Água e Esgoto, que  mobiliza recursos substanciosos e que é responsável, se não totalmente, pelo menos em grande parte pelo desenvolvimento de toda a política de saneamento do Município, com recursos que aplica na água e esgoto, quer  cloacal, quer ainda no socorro que faz às aplicações nas redes pluviais da Cidade. A rede de pluviais hoje é fonte de receita do Município através de uma tributação que permite que, naquele lugar onde não for lançada a rede de esgoto cloacal e ocorrer o lançamento de rede pluvial com conseqüente ligação do esgoto da rede pluvial, haja pagamento da taxa de esgoto no equivalente a 50%. Esse conjunto todo, Sr. Presidente, coloca uma série de indagações na discussão sobre esse item solto da Lei de Diretrizes Orçamentárias e que é, no meu entendimento, até limitador da própria independência deste Poder Legislativo, que não pode ser restringido na sua atuação e limitado na sua capacidade de operação. Eu pergunto, inclusive, aos doutos da Casa se não existem barreiras constitucionais, barreiras estabelecidas e leis maiores que estabelecem esse limite. A informação que nos chega - e eu gostaria até de ser corrigido, porque senão essa afirmação valerá como verdadeira - é de que existe uma permissão legal que, Ver. Elói Guimarães, até 5% da receita do Município podem ser utilizados no custeio das despesas do órgão legislativo. E se essa expressão for verdadeira, a limitação em 3,5% constitui-se numa redução da capacidade operativa da Casa  em algo em torno de 30% daquilo que poderia ser o seu potencial. Não se tem temor de se advogar nessa linha e nesse sentido, porque todos nós sabemos da tradição de parcimônia que tem esse Legislativo que, com freqüência, gasta muito aquém do que pode e, muitas vezes, até deixa de atender algumas necessidades prioritárias para o desenvolvimento da Casa para que não seja acoimado de quebrador dessa tradição que, ao longo do tempo, tem sido o apanágio da Casa.

 

O Sr. Adeli Sell: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V.Exa. falou em aumentar de 3,5% para 5% a dotação orçamentária da Câmara Municipal. É isso mesmo?

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Lamento que eu tenha falado longe do microfone e não tenha sido captada exatamente a colocação que eu fiz. Eu disse que lançava na Casa, inclusive até mesmo pedindo que eu fosse corrigido se eu estivesse equivocado, a existência de dispositivos constantes de legislação federal que autorizam e permitem que os limites das despesas com o funcionamento dos órgãos do Poder Legislativo do Município sejam de até 5% e não em até 3,5%, que é o que está colocado na Lei Orçamentária do ano de 1998. É a indagação que eu faço. E eu até dizia que, se não for corrigida, a informação que eu tenho vai passar como válida porque é de boa fonte e consubstanciada numa realidade efetiva que ocorre na legislação brasileira.

 

O Sr. Adeli Sell: Então, se nós aceitarmos a argumentação de V. Exa., parece que V.Exa. questiona indiretamente o Ver. João Dib e sua fala, há pouco, na tribuna desta Casa, porque S.Exa. diz - se entendi bem - que há um “plus”, uma sobra, tem dinheiro a mais do que normalmente as prefeituras têm e poderiam gastar mais com funcionalismo. E V.Exa., ao mesmo tempo, coloca que precisamos de mais dinheiro para sustentar a atividade legislativa. Gostaria que V. Exa. se pronunciasse sobre essa questão.

 

O SR. REGINALDO PUJOL:  Vejo que o meu pronunciamento começa a produzir  efeitos. Algo precisa ser bem definido. É preciso saber o seguinte: o fato de hoje não ter o limitador de 3,5% não tem impedido que a Câmara gaste menos, bem menos do que os 5% que a lei autoriza. O que estamos querendo colocar é, de um lado, a necessidade de deixar claro o que é receita corrente do Município, para que se tenha a avaliação concreta dessa parte do problema, e, de outro,  estabelecendo que,  fixando em 3,5%, quando, ao que me consta, o tradicional vem sendo fixado em 4%, é reduzir a capacidade operativa do Legislativo.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Reginaldo Pujol, quero cumprimentar o Ver. Adeli Sell pelo brilhantismo com que tenta intrigar os Vereadores João Dib e Reginaldo Pujol. Acontece que o grande gasto do Legislativo Municipal é com pessoal. Não vejo restrição à posição de V.Exa. que está também preocupado com os servidores da Câmara Municipal, que precisam ganhar mais.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Corretamente, e até eu disse que a Câmara, com muita freqüência, para  não quebrar a sua tradição de ser um órgão que não promove despesas supérfluas, às vezes confunde a não-essencialidade com algumas coisas que me parecem essenciais. Por exemplo: qualificar essa Casa em termos de equipamento, em termos de recursos humanos não é algo supérfluo, não é uma situação de não-essencialidade; pelo contrário, é uma situação de absoluta essencialidade, porque, se o Legislativo da Cidade não funciona bem, o resto da Cidade não vai funcionar bem. A nossa capacidade de atuar como agentes da representação popular nesta Casa precisa ser acompanhada de uma potencialidade de atuação, e os recursos são fundamentais. Então, observo que, nas minhas colocações, não há a impugnação de que a legislação maior estabeleça um limite de 5% das receitas do Município, limite esse que está sendo rebatido e rebaixado para 3,5%, como está colocado na Diretriz Orçamentária para o exercício de 1998.

A informação que tínhamos, colocada repetidamente nos últimos orçamentos, e tivemos a possibilidade de avaliá-los,  é que haviam colocado o limite de 4% -  Ver. João Dib, tenho ouvido de servidores do Município, com muita freqüência - exatamente para inibir o Legislativo Municipal de corrigir internamente algumas distorções que nós teríamos o dever de corrigir até antecipadamente ao Executivo. Para exemplificar com exemplo aqui da Casa, nós temos pendengas com os nossos servidores. A maior delas diz respeito a direitos reivindicados e até mesmo reconhecidos cuja resposta tem sido, da Mesa Diretora dos trabalhos, a impossibilidade do atendimento, pelo menos no momento, face às limitações impostas por uma lei orçamentária em menos de 4%. Isso já vem acontecendo com 3,8% do orçamento do Município e ficará muito maior e muito mais amplo se for reduzida, mais ainda, essa participação ao limite de 3,5% das receitas correntes do Município.

Esse item, como tantos outros, terá de merecer um aprofundamento da Casa e, se necessário, as correções que a nossa capacidade legislativa nos autoriza a fazer, restabelecendo o limite anterior ou, quem sabe até, na minha opinião, ampliando esse limite. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)   

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, gostaria, na Pauta Especial, de abordar dois assuntos fundamentais para a LDO e, evidentemente, a área da saúde vai ser uma área de prioridade para o meu pronunciamento. Gostaria muito mais numa LDO, e a crítica que faço quero que seja encarada pela Bancada da Situação como uma colaboração na construção de um novo modelo e de uma nova política de saúde para Porto Alegre, que tanto necessita e que há anos não tem.

A parte anexo 1, Saúde,  é extremamente vaga e gostaria de me referir ao problema da amplitude do tema e das referências feitas no Projeto, principalmente quanto ao discurso que a atual Administração Municipal faz em relação à área da saúde, alegando que gasta 13% do seu orçamento em saúde. Parece-me que é muito importante:  se nós tivéssemos, realmente, 13% na área da saúde, seria um orgulho para Porto Alegre e seria, também, a redenção de tantos problemas que temos nessa área, a começar pelo Hospital de Pronto Socorro.

Quero alertar que os rodoviários de Porto Alegre pleiteiam hoje, inclusive motoristas e cobradores, salários a que os médicos do Pronto Socorro, no seu inicial básico, não têm acesso. Há um profundo descontentamento de todas as categorias profissionais  que trabalham  no Pronto Socorro e nos postos de saúde.

 

O Sr. Renato Guimarães: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Sebenelo, em várias ocasiões ouvimos V.Exa. falar em modelo de saúde, qual o modelo do Município de Porto Alegre, que tipo de modelo de saúde a Prefeitura de Porto Alegre está construindo. Eu me pergunto, nas vezes que ouço V.Exa., se, de fato, Porto Alegre disputa um modelo de saúde. Na nossa concepção, estamos construindo um. Agora, a pergunta que me vem, neste momento, para V.Exa., do Partido da Social Democracia Brasileira, que é um partido que hoje governa o País: qual o modelo de saúde que este País tem que, cada vez mais, reduz os recursos federais de saúde? Estão aí as manchetes dos jornais a dizer que o Governo Federal passa muito mais dinheiro para banco privado do que para a política pública de saúde. Essa é a pergunta que eu faço: se não há um modelo de saúde no Município de Porto Alegre, gostaria que V.Exa. respondesse, enquanto representante na nossa Casa, aqui, do Governo Federal, qual é o modelo de saúde do Governo Federal? Está aí, a cada dia, demonstrando que financia um conjunto de áreas - o sistema público, privado, financeiro e grandes empresas -, mas para a saúde pública o dinheiro que vem do Governo Federal é muito pouco. Eu gostaria que um dia nós pudéssemos ouvir de V.Exa. qual é o modelo de saúde que o seu governo defende que, até hoje, com dois anos, não conseguimos ver nada ainda.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO:  Aliás, V.Exa. não recebeu nada, até hoje, do Governo Federal, não é? Eu estranho muito, porque, no início da minha fala, talvez o  nobre Ver. Renato Guimarães não tenha comparecido à Câmara ou não tenha prestado atenção na verdadeira satisfação que foi dada ao povo brasileiro pelo Ministro Carlos Albuquerque, inclusive dando todos os dados a respeito do faturamento da CPMF e de todos os dados, item por item, onde foi gasto esse imposto. Mais do que isso, o tom do meu discurso, evidentemente, tem que mudar na medida da pergunta que foi feita e da forma como ela foi feita: a má-fé, como que se diz aqui no País, de que não se investe em saúde. Pelo contrário, só as pessoas de má-fé acham que não se investe em saúde no País, isto é, o Governo Fernando Henrique tem dois momentos de Ministério da Saúde: um, com o Ministro Jatene, e outro, com o Ministro Albuquerque. Com o Ministro Jatene se conseguiu a CPMF; com o Ministro Albuquerque está-se tentando reorganizar a saúde no País.

Eu fiz um discurso de 15 minutos, dando satisfação ao Plenário daquilo que está sendo feito no Ministério da Saúde, da tentativa de formar uma política de saúde num país continental, muito diferente, Ver. Renato Guimarães, de uma cidade como Porto Alegre.

O Governo Olívio Dutra teve uma ação no área da saúde; o Governo Tarso Genro, outra, e o Governo Raul Pont está orientando a saúde para um lado totalmente diferente dos dois anteriores, isto é, não houve uma unidade de saúde, não houve uma política de saúde para Porto Alegre. Foi muito debatida, muito discutida, na campanha eleitoral, por exemplo, a necessidade imprescindível de um pronto socorro para a Zona Sul de Porto Alegre. Na Lei de Diretrizes Orçamentárias nada consta com relação a isso. A Zona Sul de Porto Alegre está, hoje, absolutamente abandonada na área de saúde. Há bastante tempo eu propus, inclusive para o Secretário da Saúde, a locação de dez leitos no Hospital Vila Nova para o setor materno-infantil. Há um ano, a Administração Tarso Genro disse que iria resolver os problemas desse hospital, mas eles continuam existindo. Apesar das iniciativas particulares, os problemas de leitos e de assistência materno-infantil, na Zona Sul, são incríveis. E são problemas da Administração Municipal, não são problemas da área federal, porque a área federal está repassando recursos para os municípios mensalmente - até hoje, não falhou em nenhum mês - e, inclusive, quase todos os recursos, de outubro, novembro e dezembro para cá, têm sido repassados no mesmo dia.

Eu queria me referir à continuidade do Programa de Saúde da Família. Ora, esse programa não é municipal; ele é federal. As verbas estão sendo mudadas. Eu quero saber quanto por cento do orçamento vai ser investido no Programa de Saúde da Família, se todas as contratações são feitas pelo Ministério da Saúde.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebenelo, queremos, preliminarmente, reconhecer que V.Exa., quando dirigia a maior entidade da América Latina na área hospitalar, teve um bom desempenho. Não quero dizer que como parlamentar, na interpretação das ações de saúde do Governo Fernando Henrique Cardoso, V.Exa. não vem tendo a mesma felicidade. São dados do Tribunal de Contas da União, que estão publicados na “Folha de São Paulo” do dia de hoje, que mostram que o seu Governo tem diminuído as verbas na área social, com exceção de uma única área de todas as demais. Inclusive, na área da saúde, em 1995 e 1996, as verbas caíram 51,86% do Orçamento. Na questão da CPMF, por exemplo, as verbas que estão ingressando já estão sendo comprometidas com dívidas que não existem. Além de tudo, cortou 30% do orçamento da saúde, e a CPMF só vai até o ano que vem. Com isso o Governo Federal baixou o valor das verbas orçamentárias e o cálculo das verbas para o próximo ano não serão feitas com a inclusão da CPMF e sim com as verbas orçamentárias. Então, queremos dizer a V.Exa. que isso não corresponde.

Por fim, queremos dizer que V.Exa. sabe muito bem disso e até tem lutado contra. Mais do que nunca, estão fazendo a privatização de parte do serviço de saúde, através das organizações sociais, e o Ministro, que V.Exa. muito tem elogiado, reafirma que quer privatizar o Grupo Hospitalar Conceição, através da organização social, e o Hospital Presidente Vargas. Muito obrigado.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu tenho ouvido o contrário. A Bancada do PT - e me rendo à inteligência, ao talento e à felicidade dos argumentos dessa Bancada - desvia da Lei de Diretrizes Orçamentárias, pois o que está sendo discutido não é a área federal, que vai muito bem na área da saúde, pois está melhorando muito as coisas. O papel do Ministério está sendo modificado, está havendo uma modificação na área da saúde. O que está sendo discutido aqui são os 13% que a Prefeitura investe pela continuidade da saúde da família. Esse é um problema da área federal. Descentralização e expansão dos serviços municipais de saúde - qual o serviço que foi descentralizado e expandido nos últimos meses e anos, em saúde, no Município de Porto Alegre? A implementação de políticas de saúde, as especificidades dos grupos  populacionais como mulher  e trabalhador?  Ora, a grande parte do serviço de assistência à mulher são prestados por entidades federais, estaduais, mas não pelo Município. O serviço do trabalhador é quase todo ele concentrado na Universidade Federal, no Hospital de Clínicas e em outras divisões que não da Prefeitura Municipal. Eu gostaria de saber o que está destinado ao trabalhador na educação, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o que vai se proporcionar de empregos.

Eu pediria a atenção da Bancada do PT, porque estou dando uma sugestão. Por exemplo, o Município poderia aumentar o número de empregos formando profissionalmente na área de zeladoria, na área de jardinagem. Quantos empregos bons podem existir nessas áreas? Na medida em que os edifícios vão sendo construídos, as pessoas que têm formação de zeladoria podem adquirir um emprego e uma residência, porque iriam morar ao mesmo tempo. Seria ótimo o Município ter essa preocupação com o ensino e com a oportunização de empregos. Pode ser uma sugestão ridicularizada por vocês, mas é uma forma de arranjar emprego e ensino para as pessoas, porque quando se ensina uma pessoa a profissão de zelador está-se alfabetizando essa pessoa, está-se dando subsídios para crescer como ser humano. Eu acho importante a profissão de zelador mesmo que, talvez, vocês não achem. Acho a de jardineiro uma maravilha. Acho que vocês estão debochando da proposta, mas tudo bem.

Eu gostaria de saber qual a política específica, afora o socorro da área de traumatismo do Pronto Socorro, que se faz na área da Prefeitura Municipal hoje, com saúde bucal e AIDS. Eu reconheço que a Prefeitura Municipal, na área da AIDS, realmente está começando a fazer um trabalho muito bom, um trabalho de secretaria, mas não um trabalho de assistência. Dizem ter um programa especial para deficientes - visão de integração no mercado de trabalho. Quero saber quantos deficientes a Prefeitura Municipal integrou até hoje no mercado de trabalho e que fez tratamento global do deficiente. Essa é a pergunta que eu faço a todas as pessoas, especialmente à Bancada do PT.

Vou repetir a frase inicial do meu discurso: a minha intenção foi unicamente a de  colaborar e sugerir. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vamos tentar, como disse o Líder da nossa Bancada, Gerson Almeida, colocar alguns pontos nos “is”, ou “estrelas”, de preferência.

Meus caros Vereadores, em primeiro lugar, eu tenho a coragem de colocar as minhas duas mãos no fogo, Ver. Sebenelo, pela idoneidade do Ver. Renato Guimarães. Nós podemos ter diferenças políticas e ideológicas aqui nesta Casa, mas que o Ver. Renato Guimarães aja de má-fé, eu não acredito. Nós não agimos de má-fé. Nós temos diferenças políticas e ideológicas profundas com o Partido Social Democrata Brasileiro, com o Governo Fernando Henrique Cardoso. Eu quero esclarecer que nós temos  uma Lei de Diretrizes Orçamentárias, sim. Nós temos orçamento para saúde, sim, Ver. Sebenelo. Nós tivemos um grande debate no País sobre a questão da CPMF, que é uma contribuição passageira, que deveria ir para a saúde pública. No entanto, Ver. Sebenelo, a CPMF está indo para pagar a dívida com o Fundo de Assistência ao Trabalhador - a metade do dinheiro arrecadado foi para o FAT. Essa é que é a questão, esse é o dado, essa é a informação que o Senhor também tem. Digo mais: nós temos política de saúde modelo. Amanhã, Dia dos Namorados, os porto-alegrenses receberão um presente da Prefeitura Municipal, um aspecto do nosso modelo de saúde. Nós estaremos fazendo amanhã uma proposta educativa na Cidade contra a AIDS.

E por falar em política de saúde bucal, o Ver. Décio Schauren, da Bancada do PT, tem um projeto audacioso que está sendo discutido nesta Casa, na Comissão de Economia e Finanças,  e que mereceu uma aprovação no relatório de um parecer que eu tive a grata satisfação de dar.

Quanto ao Hospital Vila Nova - o Ver. Cláudio Sebenelo sabe muito bem -, é uma entidade privada que tem uma profunda dívida na área trabalhista e na área fiscal e, portanto, nós não temos responsabilidades enquanto Poder Público, mas aquilo que é responsabilidade do Poder Público é da nossa conta. Abrimos 27 serviços na área do plano da saúde da família e, se não houve uma continuação, uma abertura de mais serviços, foi porque não houve repasses do Governo Federal.

Eu também quero aproveitar para voltar a  um tema levantado pelo Ver. João Dib, que cobrou da Administração a arrecadação do ISSQN. O Vereador é um homem inteligente, estudioso de Porto Alegre e sabe, também como eu sei, que um dos graves problemas da reestruturação do mundo do trabalho é colocar setores importantes na informalidade; por isso muitos serviços prestados nas esquinas, muitos serviços prestados em fundo de quintal, no seu apartamento é feito de uma forma, como disse, informal e não há fiscalização. Não há número de funcionários suficientes para fiscalizar todo esse tipo de serviço na nossa Cidade. Isso é evidente e é por isso que, sem dúvida nenhuma, nós não temos uma arrecadação maior ainda do ISSQN.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Na realidade, quando afirmei que, com tristeza, via que o ISSQN não continuou crescendo, apenas estou repetindo o que disse há cinco ou seis anos, quando o ISSQN parou de crescer. Mas uma das razões apontadas é que os servidores deveriam ganhar mais, e conseguiram isso - a Câmara aprovou por maioria simples, mas aprovou. E também aumentou o número de agentes fiscais na Prefeitura. Portanto, agora já não entendo por que o ISSQN não tem crescido. De qualquer forma, as ponderações de V.Exa. são sensatas.

 

O SR. ADELI SELL: O ISSQN teve um aumento e talvez poderá ter um aumento mais signifitativo. E já demonstrei, e volto a demonstrar, que o serviço que mais arrecada nesta Cidade, que são os cartórios, não paga ISSQN. Se os cartórios pagassem ISSQN sobre a babilônia de dinheiro que arrecadam todo o dia do cidadão comum, fazendo o cidadão carimbar documentos que, às vezes,  não precisam de carimbo de cartório, tenho certeza de que aumentaríamos de 1 a 2% - segundo informações que tenho de um fiscal da Administração. E vou continuar. Nada vai me cansar de fazer mover montanhas para que donos de cartório paguem ISSQN, porque sem dúvida nenhuma teríamos um aumento e poderíamos, sim, aplicar mais em assistência social e em saúde. Mas também sou parceiro de todos aqueles que querem fiscalizar mais e melhor todos os serviços da Cidade, e também acho que devemos simplificar a forma de arrecadação de tributos municipais, porque, inclusive, as pessoas que trabalham na informalidade teriam, talvez, o prazer de pagar um pouco de ISSQN, se tivessem condições de se estruturar enquanto microempresa, enquanto prestadoras de serviço.

Também quero dialogar com o Ver. João Dib sobre a sua Emenda, no art. 7º na Lei de Diretrizes Orçamentárias, quando diz que, no gerenciamento da Administração Direta e Indireta, prestarão as seguintes autorizações: primeiro, para abertura de créditos suplementares como segue: até o limite de 10% do total de despesas autorizadas. O Ver. Dib propõe uma emenda de 2%, mas 2% é muito pouco, amarra a Administração, que fica sem condições de resolver problemas de imediato com apenas 2%. Sou sensível, a Bancada do PT é  sensível para abrirmos uma negociação com o Senhor para diminuir o patamar de 10%, até porque somos justos quando tratamos da questão, sendo do Governo ou sendo oposição, mas trabalhamos num patamar em torno de 6 a 7%. Queremos abrir uma discussão com V.Exa. sobre esse patamar.

 

O Sr. João Dib: V.Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, hoje se trabalha com 5%. No dia de ontem, o Diário Oficial do Município traz abertura de crédito, no início do ano, de um milhão e poucas centenas de milhares de reais - é bastante: 2% de 700 milhões são 14 milhões de reais - para suplementar sem autorização legislativa.

 

O SR. ADELI SELL: Se fosse uma prefeitura menor, eu creio que poderíamos negociar até em torno de 5%, mas a Prefeitura de Porto Alegre tem inúmeros gastos com obras que não se pode calcular, em que se calcula em mil reais, às vezes em milhões para investimentos. Acho que devemos abrir uma negociação com o Ver. João Dib sobre a sua Emenda, mas não concordo com os 2%. Vamos ter um governo completamente manietado. Isso não quer dizer que queremos uma “carta branca” da Câmara para suplementar verba na nossa Administração. Pelo contrário, queremos que a Câmara autorize tudo o que estiver dentro dos prazos possíveis para negociarmos com tranqüilidade.

Gostaria de discutir algumas perspectivas da nossa Lei de Diretrizes Orçamentárias. O Ver. Sebenelo cobra e dá uma sugestão muito louvável. Ele se preocupa com a questão do emprego, com a colocação de pessoas com menos qualificação profissional no mercado de trabalho. Mas, Vereador, nem tudo pode constar de uma Lei de Diretrizes Orçamentárias. O Centro Administrativo Agrícola de Porto Alegre, localizado na Lomba do Pinheiro, está começando uma série de novos trabalhos na área de produção de plantas medicinais. Tive a oportunidade de discutir com o Secretário da SMIC, Sr. Zeca Morais, a possibilidade de fazermos cursos na área de jardinagem e tratamento de folhagens. Vou colocar no papel para o Sr. Secretário, dizendo que tem o seu apoio a sua sugestão a esse projeto, que eu tenho certeza de que já temos um Centro Agrícola Demonstrativo e lá podemos fazer dezenas, talvez centenas de cursos na área que V.Exa. propõe. Eu considero uma proposta correta, é possível desenvolver. Nós temos uma cidade já altamente arborizada e poderemos ter uma “cidade do verde”. Tenho certeza de que o companheiro Gerson Almeida, ex-Secretário do Meio Ambiente, será uma pessoa que vai colaborar conosco para desenvolver um projeto nessa área. Eu vou discutir com o meu colega de bancada. A Bancada do PT está aberta a qualquer proposta que venha ajudar a Cidade. Nada do que é proposto aqui é desconsiderado por nós. Nada que se propõe aqui vai ter o escárnio  da Bancada do PT. Ao contrário, nós só podemos aceitar aquilo que for positivo, porque isso vai ajudar a nossa Administração a se firmar na Cidade para que possamos dialogar, inclusive, com setores com os quais até hoje o PT não conseguiu dialogar, ou seja, queremos crescer, queremos desenvolver a Cidade. Então, todas as propostas que forem feitas no sentido de ajudar a implementar políticas sociais, políticas de desenvolvimento de renda, a questão do turismo, pela qual tenho me debatido tanto, evidentemente terão o empenho da nossa parte.

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) A intenção foi a melhor possível. Esse foi um exemplo “en passant” dos problemas de educação profissionalizante que o Município poderia tomar conta. Nós estamos discutindo aqui uma lei de Diretrizes Orçamentárias. No entanto, se V.Exa. observar, no anexo 1, que se refere à saúde - esse fato inclusive eu enfatizei -, não há nenhum dado de orçamento. Ele aborda a questão de forma genérica, não mencionando o que será investido na área da saúde. Por exemplo: o total do orçamento é tanto; na área da saúde nós investimos tanto e vai ser tanto por cento investido, ou mantido o investimento na área da saúde. Isso não existe na Lei de Diretrizes Orçamentárias

 

O SR. ADELI SELL:  Obrigado por sua cobrança. Nós temos um projeto de saúde para o Município. Nós vamos manter o compromisso dos 13%,  como tem sido a nossa norma, a nossa batalha, e, evidentemente, vamos cobrar também os 10% do Governo do Estado e os 10% da Federação. A Lei de Diretrizes Orçamentárias é sempre genérica.

Chamo a atenção de que, na semana que vem, entra para discussão e votação na Ordem do Dia o Plano Plurianual, em que há um plano de metas para a saúde em Porto Alegre. Queremos encerrar a nossa discussão dizendo que o compromisso do PT é de trazer para a Cidade a melhor proposta possível para que aquilo que entra no caixa da Prefeitura seja gasto da melhor forma possível. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Encerramos a Pauta Especial.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 0725/92 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 041/92, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, que altera as Leis nºs 6431, de 03 de agosto de 1989, e 6998, de 10 de janeiro de 1992 (passagem escolar). Com Emendas nºs 01, 02 e 03.`

 

PROC. 1712/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 107/97, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Dagoberto Lima Godoy.

 

PROC. 1732/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 108/97, de autoria do Ver. Paulo Brum, que obriga os hotéis e motéis estabelecidos no Município de Porto Alegre a adaptarem suas instalações, a fim de garantir o acesso de pessoas portadoras de deficiência e dá outras providências.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 1223/97 - SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 058/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que modifica a Lei nº 7969/97, que disciplina o uso de caçambas estacionárias ou "containers" de entulhos na via pública.

 

PROC. 1271/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 068/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que disciplina o uso de balanças-piloto nas feiras livres, varejões e sacolões, localizados no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

PROC. 1646/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 104/97, de autoria do Ver. Paulo Brum, que institui, no âmbito do Município de Porto Alegre, a Semana Municipal da Pessoa Portadora de Deficiência e dá outras providências.

 

PROC. 1688/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 105/97, de autoria do Ver. Adeli Sell, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Waldemar Wirsig.

 

PROC. 1692/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 106/97, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, que dá nova redação ao art. 2º e inclui novo art. 3º, renumerando-se os demais, à Lei nº 7.624/95, que institui, no Município de Porto Alegre, o Dia da Oxum.

 

PROC. 1742/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 022/97, que autoriza o Executivo a criar funções regidas pela CLT para cumprimento de decisões judiciais.

 

PROC. 1808/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 024/97, que autoriza o Poder Executivo a permutar imóvel do patrimônio municipal por imóvel de propriedade de João Carlos Queiroz Ribeiro. (Bairro Santana)

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 1432/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 088/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que proíbe as lutas de vale-tudo em todas as suas modalidades no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 1741/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 021/97, que cria função regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, pertencente ao Quadro Celetista em Extinção, na Administração Centralizada do Município e dá outras providências. (Motorista)

 

PROC. 1807/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 023/97, que autoriza  a abertura  de  créditos  especiais  no  Executivo  Municipal,  no  valor  de R$ 488.500,00, e dá outras providências. (SMED)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sempre digo que chega de leis, mas de repente sou obrigado a entender a quantidade de leis que aqui se faz. Sou um homem muito feio e vou fazer um projeto de lei dizendo que 2% dos quartos de motéis e hotéis de Porto Alegre devem ter um espelho que me mostrem muito bonito. É um direito que eu tenho de fazer essa lei. E para que ninguém diga que não estou falando na Pauta, estou falando de um Projeto de Lei que diz que 2% dos quartos de motéis e hotéis de Porto Alegre devem ser adaptados para receber os excepcionais e determina que, num prazo de 180 dias, os hotéis e motéis se adaptem a essa condição. Tenho a impressão de que é um pouco difícil determinar uma coisa dessa. Se o motel ou o hotel tem interesse, ele há de deixar dois, cinco ou 10% ou quanto quiser. E se ele deixar 2% dos seus aposentos para excepcionais, deficientes, esses aposentos não poderão ser utilizados a não ser por deficientes, porque, a qualquer momento, pode chegar um deficiente e aqueles 2% deverão estar à disposição. Não é por lei que se resolve o problema dos deficientes. Eu nunca fiz um projeto de lei dizendo que o indivíduo que usa bengala, que tem dificuldade de se locomover vai ter vantagens. Creio que é bom olhar no espelho, porque eu quero me espelhar e me sentir tão feio quanto eu sou. Não quero mudar.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o nobre Ver. Nereu D'Ávila apresenta mais um projeto nesta Casa sobre passagem escolar. Um dia, eu tinha contado 16, mas, depois de eu contar 16, mais uns três ou quatro aconteceram. E aqui está-se dando mais passagens gratuitas, e a composição do custo se faz levando em consideração duas passagens escolares como uma passagem só. Então, uma é dada e a outra é cobrada.

Na verdade, há poucos dias, o Vice-Prefeito José Fortunati, quando me atribuía uma afirmação que não fiz, não soube responder uma colocação que lhe foi feita. Perguntaram a ele, se terminasse o transporte gratuito uma vez por mês, se os rodoviários não teriam condições de receber aumento de salário sem maiores preocupações. Ele respondeu: “Não, não sei quanto dá, mas é uma quantia ínfima.” É tão ínfima que é 4 ou 5%, a metade da inflação de um ano, que poderia dar de reajuste para os rodoviários, sem briga, sem atritos, sem complicações. Mas o Ver. Nereu D'Ávila, inteligente, sensível, já apresentou um Projeto de Lei, já fez três ou quatro Emendas antes de correr a primeira Pauta, que é hoje. Veja que é difícil, Ver. Nereu D'Ávila. O que nós tínhamos que fazer era juntar esta centena de leis sobre transporte público e consolidá-las, uma vez que existe, na Prefeitura, condições necessárias para isso, quando nós implantamos o Projeto SIREL para levantar, pelo computador, todas as leis sobre um determinado assunto. E a Diretoria legislativa não tem condições, aqui, dentro da Câmara, de dizer quantas leis existem a respeito de transporte coletivo e passagem escolar. Não tem condições. Vai ter que fazer uma pesquisa muito grande. Na Prefeitura, aperta um botão e saem todas as informações.

O Ver. Cláudio Sebenelo apresenta um Projeto de Lei dando o título de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Dagoberto Lima Godoy. Merecido. Apenas uma das suas obras lhe daria as condições de ser um Cidadão de Porto Alegre: o Teatro do SESI, que lá está enfeitando, engalanando esta Cidade, recebendo gente, promovendo esta Cidade, mostrando que nós temos cultura e arte. Apenas esta obra bastaria para fazê-lo Cidadão de Porto Alegre e cumprir o que preceitua a lei: ter feito algo por Porto Alegre ou pela humanidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Está a palavra o Ver. Reginaldo Pujol para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. João Antônio Dib brilhantemente sustenta que a maior atuação dos Vereadores em qualquer Legislativo deste País teria que ser muito mais fundada na fiscalização do que na elaboração legislativa. Creio que tem razão o Ver. João Dib. Não obstante, tenho a convicção de que determinadas circunstâncias fazem com que posições que se sustentam pela sua própria evidência mereçam ter algum contorno e entendimento um tanto quanto diversificado.

Fui e sou Vereador nesta Cidade. No primeiro período em que exerci a Vereança por dez anos, muitas poucas leis propiciei e nem por isso deixei de fazer um bom trabalho na Cidade de Porto Alegre. Na época, alguns instrumentos colocados à disposição dos Vereadores eram extremamente valorizados. Um Pedido de Providências feito pelo Vereador tinha um departamento inteiro, no Município, que dava a devida atenção, a devida análise e, às vezes, o devido atendimento ao mesmo. Quando um Pedido de Providências não era atendido - lembro bem, pois  integrei em três ou quatro oportunidades a Administração do Município -, era solicitado pelo Prefeito da época ao titular da área onde o atendimento era inviável de ser realizado que procurasse o Vereador proponente do Pedido de Providências e oferecesse explicações convincentes da razão pela qual aquele Pedido de Providências não era atendido.

Eu quero dizer o seguinte: na Pauta, hoje, entre outros assuntos, há um projeto de nossa autoria que recebe um substitutivo do Ver. Guilherme Barbosa e, por isso, retorna à Pauta. É o Projeto de Lei do Legislativo nº 058/97, que disciplina o uso de caçambas estacionárias ou “containers”de entulhos na via pública. Vejam V.Exas. o que diz o nosso Projeto. Simplesmente tem quatro artigos. Dois deles são: “a lei entra em vigor na data da publicação”; e o quarto, “revogam-se as disposições em contrário”. Os outros dois dizem que as caçambas utilizadas para recolhimento de entulhos de demolições ou para qualquer outra finalidade em via pública devem ser necessariamente pintadas em cores fortes e fluorescentes. No art. 2º diz que o Executivo regulamentará essa lei por decreto no prazo de 60 dias a contar de sua publicação. Normalmente, esse assunto poderia ser resolvido de outra forma, mas eu cansei de receber reclamações de pessoas que verificam que a colocação indiscriminada dessas caçambas na via pública ocasionam, com grande freqüência, transtornos, acidentes, perdas de vidas ou perda de capacidade física em função de que - especialmente à noite e especialmente porque, em grande parte, essas caçambas, necessárias à limpeza da Cidade, são colocadas sob tapume ou sob árvores - são de difícil visualização por parte daqueles que se deslocam pelas vias públicas de Porto Alegre. Observei, Ver. João Dib, que no final do ano passado, feita uma legislação a esse respeito, houve uma omissão com relação a esse fato, o que nos permite concluir o seguinte: se alguém entendeu que as caçambas estacionárias eram objetos necessariamente de uma legislação, por que não complementar essa legislação? Por que não estabelecer claramente que devessem elas ser pintadas em cores tais, cuja visualização fosse tranqüila para quantos têm sido vítimas da sua não-visualização, especialmente durante a noite? O Ver. Guilherme Barbosa, atento também ao problema, propõe um projeto de lei semelhante, que acaba se transformando em Substitutivo, e é o seu projeto muito mais explícito do que o nosso, muito mais detalhado do que o nosso, e pode com ele se envolver, com ele se comprometer e com ele se consolidar. Estou absolutamente disposto a dialogar, debater, a me entender com o Ver. Guilherme Barbosa e com toda a Casa. Diria mais: se alguém me disser que o que eu estou pretendendo que se faça por lei - porque eu não consigo fazer de outra forma - será feito, garantidamente, eu até desisto do Projeto de Lei. Eu não quero fazer mais uma lei. Eu quero é ver mais um problema resolvido na Cidade de Porto Alegre. Apesar de reconhecer que V.Exa., Ver. João Dib, tem razão quando afirma que a nossa  grande tarefa é de fiscalização, é fiscalizando o dia-a-dia de Porto Alegre que eu vejo os acidentes em via pública, que eu vejo que a ausência dessa providência, que poderia ser resolvida com um Pedido de Providências, determina essas situações danosas, as quais só posso enfrentar - sendo legislador - com a única arma que me é colocada à disposição: a lei.  A lei é provocativa nesse sentido, diferente das leis que são entendidas como autorizativas aqui. No caso, ela é provocativa. Se alguém nos trouxer uma solução melhor para o problema, uma solução mais adequada, mais urgente, mais eficiente, eu renuncio à lei, eu desisto da lei e dou como encerrada a minha participação, porque não quero ser daqueles que vivem com os problemas e morrem com as soluções.

Para concluir, quero dizer que estou à disposição de todos os integrantes da Casa e até mesmo dos integrantes do Executivo para conciliar uma forma que, pela lei ou pelo bom senso, determine a equação do problema. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra. Desiste. O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, pelo Processo nº 1712/97 - PLL nº 107/97, é proposta a concessão do título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. Dagoberto de Lima Godoy. A defesa que faço dessa proposta é, indiscutivelmente, não só pelo  advogado, pelo engenheiro e pelo empresário brilhante, de muitas facetas. O Dr. Dagoberto de Lima Godoy desenvolve suas atividades não só como empresário, mas como professor universitário.

A minha proposta de conceder o título de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. Dagoberto, nascido em Caxias do Sul, é pelo trabalho social que ele vem desenvolvendo na FIERGS, ocupando o cargo de Presidente, e nos diversos cargos que já ocupou, mas principalmente pelo trabalho que o SESI e o SENAI vêm desenvolvendo. Especialmente, saiu uma matéria ontem, no “Jornal do Comércio”, que mostra mais uma profícua atividade desse segmento social comandado pelo Dr. Dagoberto. A presença do médico de família, da medicina comunitária, a presença da odontologia sanitária na saúde bucal dos trabalhadores e dos moradores da Zona Norte, especialmente próximos à Av. das Indústrias, tudo isso feito por uma administração que culmina construindo uma das melhores casas de espetáculos do Brasil, onde a nossa arte, a nossa cultura, a nossa tradição, o nosso bom gosto se fazem presentes. Essa população maravilhosa que povoa este nosso Rio Grande, em todos os quadrantes, especialmente a nossa Cidade de Porto Alegre, tem, hoje, um imenso teatro com capacidade para mil e oitocentas pessoas e uma multiplicidade de ambientes. Isso faz com que tenhamos um profundo orgulho de nossas estruturas industriais, que se reuniram para fundar a Federação das Indústrias, na figura do Dr. Dagoberto, pessoa que hoje vem defendendo o País e seus interesses nos diversos aglomerados metanacionais que surgem no mundo, dizendo, fundamentalmente, que quer dos outros países a cooperação e não a exploração. Essa proposta corajosa, audaciosa, competente e patriótica fez com que nos inspirássemos não só na trajetória da vida do Cidadão Dagoberto de Lima Godoy, mas no seu projeto de bairro, da sua Cidade, do seu Estado, do seu País e do seu mundo, pedindo às nações que se irmanem em interesses comuns, buscando uma paz internacional sem exploração, mas com cooperação.

Esse dístico, certamente, o Dr. Dagoberto de Lima Godoy levará  por toda  sua vida, nas defesas de Belo Horizonte e de Hanover, na Alemanha, onde fez pronunciamentos que impressionaram todos os empresários do mundo, pronunciamentos esses que, voltados para a paz, para o congraçamento dos países, fazem com que Porto Alegre tenha a honra de sua presença como seu Cidadão. Além de advogado, de engenheiro, de empresário, de professor universitário, o Dr. Dagoberto de Lima Godoy passa a ser, com o aval desta Casa, Cidadão de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, serei bem breve, Ver. João Dib.  Queria apenas alertar aos Srs. Vereadores que corre Pauta,  nesta  Casa,  uma discussão sobre o MOVA - Movimento de Alfabetização de Adultos. Gostaria de chamar a atenção dos Srs. Vereadores que, na semana que vem, haverá um debate, na Comissão de Educação desta Casa, para que atentemos a esse importante Projeto do Executivo e para que possamos abrir um salutar debate nesta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O próximo Vereador inscrito é o Ver. José Valdir. Desiste. Ver. Reginaldo Pujol. Desiste. Nereu D'Ávila.  Desiste.  Encerrada a Pauta. 

O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra para uma Comunicação de Liderança.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Cidade não chegou a ser surpreendida, no último final de semana, com mais uma rebelião na FEBEM. O estranhável é que essas rebeliões não tenham sido mais freqüentes, porque o tratamento que se dispensa aos internos na FEBEM não é dos mais civilizados. Um vislumbre de que alguma coisa  na  FEBEM não está de acordo com o grau civilizatório que atingimos é o fato de que os jornalistas que fizeram a cobertura do último evento não tiveram permissão  para penetrar no estabelecimento. Tiveram que esperar,  na porta da saída ou da entrada, as autoridades responsáveis pela FEBEM para obterem declarações. Levanto esse fato para pedir às autoridades estaduais, aos que dirigem a Secretaria competente e a própria FEBEM maiores esclarecimentos a respeito do que está ocorrendo naquele setor. Porque a impressão que passa para a sociedade é que o Estado, como instituição, fez da FEBEM um mero depósito de criaturas que ou não têm mais conserto ou para as quais não interessa dirigir nenhuma atenção especial.

Quem dirige a FEBEM tem credenciais para ocupar o posto, mas não aparece com a transparência necessária o que está acontecendo naquele estabelecimento, e a Cidade tem todo direito de pedir um esclarecimento, porque aquilo ali é uma situação especial - jovens que fogem todos os dias da FEBEM, e continuam fugindo, jovens infectados. Enquanto não ocorrer uma tragédia na Cidade com algum figurão, com alguma filha ou filho estuprado, infectado pela AIDS, ou coisas piores - se é que existem coisas piores -, enquanto isso não  acontecer, a coisa  vai ficar assim como está.

Quero aproveitar a tribuna da Câmara Municipal para chamar a atenção da Cidade e das autoridades para isso. Alguma providência deve ser tomada, mas, antes da providência, precisa ser esclarecido à sociedade o que está ocorrendo na FEBEM. Já se anunciam novas rebeliões na FEBEM, e isso é grave, é perigoso e alarma a sociedade. Afinal, todos contribuem com seus impostos para que o Estado preste o atendimento a essas criaturas. E nós não podemos escondê-las - não são lixo que se varre para baixo do tapete. São pessoas que estão aí pelas ruas e que perturbam o andamento normal da sociedade, quando o direito deles é receber um atendimento adequado, justo ou, pelo menos, civilizado.

Era o que queria deixar registrado nessa Comunicação de Liderança. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em Comunicação de Liderança.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero, antes de tudo, agradecer ao Ver. Lauro Hagemann por ter tocado no assunto da FEBEM, pois pensei que ninguém aqui discutiria esse tema. Só lamento pois acho que o Vereador não ouviu o programa da TV Gaúcha, ontem à noite, comandado pelo advogado Pinheiro Machado como mediador, que teve diversas autoridades do Judiciário de Porto Alegre diretamente afetas à questão da criança e do adolescente e que teve a presença da Dra. Mariazinha, como nós chamamos essa companheira do PSDB que dirige a FEBEM. Ver. Lauro Hagemann, a qualquer momento que V.Exa. tiver interesse, nós podemos convidar a Diretora da FEBEM para comparecer mais uma vez à Casa para detalhar tudo o que houver interesse.

Quero dizer que tenho absoluta tranqüilidade. Ela ontem, inclusive, dizia isso: que, se as medidas que foram tomadas não tivessem sido tomadas - não falo do episódio, estou falando genericamente da política de administração da FEBEM -, nós não teríamos só um episódio como esse, mas teríamos tido já - e aí V.Exa. tem razão - talvez uma dezena ou mais. Isso porque temos mais menores que estão sendo recolhidos, apesar da eficiência com que a chamada Justiça instantânea para o adolescente e para o menor está funcionando. E ontem eu ouvi detalhadamente os juízes e promotores explicando a maneira pela qual está funcionando junto com a Prefeitura de Porto Alegre, de maneira que se evita, o mais possível, que se enviem os menores para o recolhimento.

Nas colocações, ontem, da Diretora da FEBEM, as casas regionalizadas, que atendem as mesmas sedes jurídicas que hoje funcionam com os encaminhamentos dos menores que ressaltam desta legislação do adolescente, estão sendo concluídas e começam a ser inauguradas a partir de agosto. A Diretora da FEBEM confirmou - e não há por que esconder, pois não se faz milagre - que existe superlotação. Isto é em parte a causa da situação, mas sobretudo ela fez questão de relativizar as eventuais acusações quanto a maus tratos, chamando atenção que, obviamente, quem comete uma falta sempre tenta justificá-la jogando a culpa para um outro lado. Ela deixou bem claro: nem defende, nem aceita ataques aos servidores públicos que atuam dentro da FEBEM. Ela tomou as providências que tinham de ser tomadas, que foi a colocação das sindicâncias necessárias para, em curto prazo, chegar ao resultado. Se confirmarem as denúncias, as medidas punitivas, até mesmo com pedido de demissão, serão encaminhadas. Se não se chegar ao resultado, pode-se manter a hipótese de que é muito mais a desculpa da rebelião do que o motivo real.

Insisto com V.Exa. e coloco à disposição a nossa companheira Diretora da FEBEM para que venha à Casa, se for o caso. Estão sendo concluídas dez casas de menores no Estado do Rio Grande do Sul, nas regiões-sede, onde as sessões jurídicas respondem pelo julgamento. Com isso, não apenas o menor não será mais enviado do interior para Porto Alegre, tanto quanto muitos dos menores que estão hoje em Porto Alegre serão recambiados para suas áreas de origem, cumprindo lá, eventualmente, a detenção total ou parcial, em que fica detido durante a noite e trabalha durante o dia.

Agradeço, Vereador, a menção ao tema, porque acho importante trazer à Casa esse tipo de assunto. Mas V.Exa. conhece a companheira que dirige a FEBEM, sabe de seu preparo, de sua seriedade, sabe o quanto ela tem enfrentado de pressões, às vezes partidárias, de pessoas que gostariam tirar partido daquilo. Sabe que ela tem insistido em um corpo técnico especializado que não é partidarizado, e ela tem enfatizado a um sem-número de companheiros profissionais que lá atuam e que são claramente filiados ao PT - é público e notório. Isso não nos atrapalha nem nos incomoda. Muito pelo contrário, são profissionais de altíssima qualidade, de formação séria e que estão, realmente, tentando fazer aquilo que V.Exa. expressa e que é também a minha preocupação, que é o respeito pelo adolescente e pela criança.

Há dois anos, quando assumiu a Direção da FEBEM, tínhamos um determinado ritmo de rebeliões que baixou significativamente ao longo do ano passado e mesmo no início deste ano. Mas não impede, evidentemente, que um ou outro episódio ocorra.

Vereador, não sei lhe comentar o afastamento dos jornalistas. Talvez seja muito mais uma questão da Brigada Militar do que propriamente da FEBEM. Vou, de qualquer maneira, conversar com ela. Agora, quero enfatizar que sua preocupação será transmitida à Mariazinha, nossa Diretora da FEBEM, pois ela está absolutamente tranqüila quanto aos encaminhamentos que estão sendo dados e, sobretudo, quanto às providências que vêm sendo tomadas no sentido de se evitar, o máximo possível, essas situações. Ela fica à sua disposição para qualquer esclarecimento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.) 

 

O SR.  LAURO HAGEMANN (Solicitação): Sr. Presidente, gostaria de aprofundar a intervenção do Ver. Antonio Hohlfeldt e encaminhar esse assunto à CECE para que ela avalie a necessidade ou não da visita da Diretora da FEBEM.

 

O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Requerimento): Sr. Presidente, eu requereria a V.Exa. que fizéssemos a alteração, na Ordem do Dia,  do Projeto de Lei do Executivo nº 09/97, para que ele passe a ser votado em primeiro lugar, isso porque - e eu fundamento - é um projeto de interesse dos taxistas. Eles estão presentes e só conseguem ganhar se estiverem trabalhando. Eles estão parados aqui, e seus carros estão parados também.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, eu compreendendo que existem alguns assuntos da Ordem do Dia cuja resolução traz grande expectativa e, tendo em vista que o primeiro Projeto que se encontra na Ordem do Dia, por decorrência do próprio Regimento, é um Projeto de Emenda à Lei Orgânica, de nº 01/97, de nossa autoria, requeremos o adiamento por três Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE: Ele também poderia ficar em último lugar na Ordem do Dia.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Então, que ele fique em último lugar na Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE: Então, temos dois requerimentos. Vamos colocar em votação um por um.

O Requerimento do Ver. Elói Guimarães pede para votar em primeiro lugar o projeto de fl.12, que trata de renovação de votação do Projeto de Lei do serviço de táxis.

Em  votação. Para encaminhar, com a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt.

Temos o prazer de dizer que está entre nós o sempre Ver. Geraldo de Mattos Filho, Mazzaropi, que nos visita.

Também está conosco um dos nossos queridos amigos, que já foi Vereador, ex-Presidente do Conselho Deliberativo do Internacional, Luiz Augusto Bastian de Carvalho, sempre bem-vindo a esta Casa. Hoje, vamos jantar juntos no Internacional, depois do almoço com o Campeão Brasileiro.

O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: É evidente que o Presidente tem que participar de todas as atividades da Casa e tem o meu apoio.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, especialmente Srs. Vereadores, que é que decide, no caso, os Requerimentos de alternância da Ordem do Dia. Todos os projetos que temos para votar são apenas projetos de títulos ou nomes de ruas que, genericamente, não terão nenhuma discussão maior. O único Projeto que vai gerar discussão - e acho importante que se faça a discussão logo, até em respeito aos companheiros que se encontram aqui - é a renovação do título do Sr. João Pedro Stédile. Nesse sentido, entendo que é uma questão, até para não ficar ruim para a Casa em relação ao noticiário permanente, que pela ordem dos trabalhos antecede a homenagem eventual da Casa ao Líder do MST, que mantivéssemos a ordem dos trabalhos, porque, com todo o respeito aos senhores taxistas, é do cotidiano da Casa discutir sobre táxis, ônibus, tarifas e outras coisas. É da nossa obrigação diária. Não é do cotidiano da Casa, necessariamente, discutir - sobretudo é rara - a renovação da votação de um título, de uma homenagem. Acho que, quanto mais rápido resolvermos esse assunto, melhor será.

Nesse sentido, faço um apelo ao Ver. Elói Guimarães para que pudéssemos resolver esse problema, pois os outros projetos são rapidíssimos, para que nós mantivéssemos a Ordem do Dia para podermos resolver isso, porque isso tem prejudicado a imagem da Casa, porque a questão dos táxis, como depois a dos ônibus, é o nosso cotidiano. Nós temos discutido, temos já posições fixas ou as temos modificado. Independente disso, e como o Ver. Reginaldo Pujol tem o pedido da retirada do seu Projeto por adiamento ou por realocação, no final, o que eu acho positivo, pois assim poderíamos objetivar as discussões por uma certa hierarquia daquilo que para a instituição “Casa”  seria o mais significativo.

A minha posição, portanto, é contrária ao Requerimento do Ver. Elói Guimarães, no sentido de se manter a ordem, com o Requerimento do Ver. Reginaldo Pujol, repassando para trás o seu Projeto ou retirando-o de hoje. Votaríamos primeiro esses títulos e nomes de rua - limparíamos isso - e depois passaríamos à questão dos táxis, que é do cotidiano da Casa, embora periódico - é da atribuição específica do Vereador. Por isso sou contrário ao Requerimento do Ver. Elói Guimarães. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar. É um encaminhamento da inversão da pauta da ordem das votações, apenas isso. É um Requerimento para isso.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu diria que a questão não é muito relevante, mas há um dado aí que é concreto, objetivo, visível, que é a presença aqui desses trabalhadores do táxi, que trabalham na Cidade, com os sacrifícios que todos sabem e conhecem. O táxi é o tipo da atividade que, se ele não estiver rodando, não ganha. Ele não tem como remunerar o seu salário, os custos etc. Então, eles estão aqui hoje. É uma renovação de votação. É rápido. Encaminham as Lideranças e o autor do Substitutivo. É uma questão rápida que faremos aqui. Por isso, vou manter. Não vou aceder hoje, em especial, à sugestão do Ver. Antonio Hohlfeldt por ter já acedido em outras oportunidades. Mas hoje queremos votar essa matéria, tanto assim, entendam os Srs. Vereadores, porque eles estão aqui. Tão logo liberados, eles voltam à sua atividade. Então, neste sentido é que eu mantenho o Requerimento formulado para que se vote, em primeiro lugar, esse Projeto, essa renovação. Aprovada ou não, eles vão embora para tratar das suas atividades e do seu trabalho. Por isso, mantenho o Requerimento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a Bancada do Partido dos Trabalhadores subscreve o Requerimento do Ver. Elói Guimarães no sentido de que não venhamos a prejudicar mais os trabalhadores do serviço de táxi desta Cidade e que se passe imediatamente a privilegiar a discussão dessa renovação de votação, que, ao nosso juízo, nem deveria ter acontecido. Se assim é, os trabalhadores precisam voltar às suas atividades e é preciso que, como temos feito com outras categorias que aqui se fazem presentes, se vote imediatamente na Ordem do Dia essa renovação de votação. Portanto, a Bancada do Partido dos Trabalhadores aceita e vota a favor do Requerimento do nobre Ver. Elói Guimarães. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu  quero reivindicar a condição de uma pessoa que está compreendendo o momento da Casa, e a minha contribuição pessoal não pode ser desconsiderada na medida em que, tendo um projeto como o meu primeiro na Ordem do Dia, em função do mandamento regimental, inclusive, que dá precedência para a análise das emendas da Lei Orgânica do Município, eu , de pleno, concordei que o mesmo fosse adiado ou colocado como último na pauta de matérias que serão votadas no dia de hoje. Reconheço que tanto aqueles que entendem da necessidade de se votar logo o Projeto de interesse dos taxistas - aqui presentes e que têm tido desta Casa a deferência adequada,  tanto que essa matéria foi em homenagem a eles colocada em regime de urgência -, como entendo lícito que aquelas outras pessoas que aqui comparecem em função da expectativa  da votação renovada do Projeto da concessão do título a João Pedro Stédile, inclusive nos entregando uma série de manifestações nesse sentido, a maioria dos quais de apoio, todos merecem essa atenção.

Eu já ofereci a maior contribuição que poderia oferecer. Se o meu Projeto de Emenda a Lei Orgânica do Município certamente iria propiciar a discussão, à medida que envolve tema polêmico, a participação popular na tomada de contas do Município, à medida que eu retiro, eu estou dando a minha contribuição. Peço às Lideranças que se entendam nesse particular porque acho importante que a Casa decida hoje sobre os dois assuntos que estão sendo objeto da polêmica. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Elói Guimarães, onde solicita que se vote, em primeiro lugar, o Projeto relativo à questão dos táxis.

Por solicitação do Ver. Isaac Ainhorn, a votação será nominal.(Após a chamada.) APROVADO o Requerimento do Ver. Elói Guimarães por 15 votos SIM, 12 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.  

 

O SR. LUIZ BRAZ (Esclarecimento): Sr. Presidente, um dos integrantes da nossa Bancada, o Ver. Eliseu Sabino, não se encontra presente hoje, neste Plenário, porque ele está cuidando do féretro de sua sogra.

 

O SR. PRESIDENTE: Inclusive esta Presidência faltou por não ter anunciado antes que a ausência do Ver. Eliseu Sabino é em função do falecimento de sua sogra. Nós, em nome da Mesa e da Casa, desde já queremos deixar nossas condolências. Estávamos lá, junto com o Ver. Luiz Braz e o Ver. Adeli Sell, fazendo a representação da Casa. Obrigado, Ver. Luiz Braz.

Em votação Requerimento do Ver. Reginaldo Pujol, que propõe que o PELO nº 01/97, que é uma emenda à Lei Orgânica de sua autoria, seja colocado como último ponto da Ordem do Dia. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

RENOVAÇÃO DE VOTAÇÃO

 

PROC. 1069/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 009/97, que altera dispositivos das Leis nºs 4629, de 23 de novembro de 1979, e 6063, de 30 de dezembro de 1987, que dispõem sobre a concessão de reajustes tarifários para o serviço de táxi. Com Emendas nºs 01, 02, 03, 04, 05 e 06, Subemenda nº 01 à Emenda nº 01, Subemenda nº 01 à Emenda nº 02, ao Projeto, Mensagem Retificativa e Substitutivo nº 01 com Emendas  nºs 01, 03, 04 e 05. Urgência.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM;

- retirada a Emenda nº 02 ao Substitutivo;

- renovação de votação nos termos do Art. 196 do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. A palavra está à disposição para encaminhamentos.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, na renovação de votação só se tem encaminhamentos ou retoma-se toda a discussão? Porque é o Projeto todo que está sendo votado de novo.

 

O SR. PRESIDENTE: São só encaminhamentos.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Questão de Ordem): Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é sabido por esta Casa e pela Cidade, já que este Projeto foi objeto de muita celeuma, que todas as Bancadas deverão encaminhar a sua posição, mesmo que até no Regimento não esteja previsto isso, mas que notadamente o Ver. Elói Guimarães, como autor, o Partido dos Trabalhadores, como bancada que já o apoiou na primeira votação, para que possamos assegurar assim a possibilidade do debate e que não fiquem o Ver. Elói e a Bancada do PT falando que claramente são a favor e depois fazendo uma bateria de discursos contra, que não poderemos sequer contestar. É uma proposta de critério, democrática, de não subordinarmos à outra situação. Não temos nenhum receio de debater as questões.

 

O SR. PRESIDENTE: Essa questão pode e deve ser encaminhada em acordo de Lideranças entre os partidos. As inscrições estão abertas.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Infelizmente, eu ouvi essa manifestação horrorosa.

 

O SR. PRESIDENTE: V.Exa. está revidando uma questão que considera irregular e não vamos dar margem a que se repita. Se V.Exa. não concorda, é melhor não fazer.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): V.Exa. disse que aquilo que foi proposto pelo Ver. Gerson Almeida seria possível caso houvesse acordo de Liderança. No entanto, nem com acordo de Liderança pode. Está no Regimento e é histórico nesta Casa.

 

O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Gostaria de deixar claro que, na eventualidade de o Ver. Elói Guimarães se inscrever, ele encaminhará como autor. O encaminhamento feito pela Bancada será feito por este Vereador, na condição de Vice-Líder, ou quando o Líder chegar.

 

O SR. PRESIDENTE: Isto não compete a Mesa e sim às Bancadas entre si.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Quero saber se na discussão ou encaminhamento de um projeto de lei fala o autor e o seu partido ou se fala somente a sua bancada.

 

O SR. PRESIDENTE: No Regimento consta o seguinte: “Anunciada a votação, com a presença da maioria absoluta dos Vereadores, o autor e os Líderes de Bancadas,  ou o Vererador por ele indicado, poderão encaminhá-la pelo prazo de cinco minutos, sem apartes”.

 

O SR. JOÃO DIB: V.Exa. está-se referindo a projeto de lei ou a requerimento?

 

O SR. PRESIDENTE: Isso não é requerimento.

 

O SR. JOÃO DIB: A informação que recebo se refere aos projetos de lei ou a requerimentos?

 

O SR. PRESIDENTE: Nós estamos votando projeto de lei.

.

O SR. JOÃO DIB: Eu nunca vi, em um projeto de lei, o autor e sua bancada encaminharem. No requerimento, sempre.

 

O SR. PRESIDENTE: É comum. V.Exa. pode recorrer aos Anais.

O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, fiz questão de, antes de encaminhar, dizer que não era regimental. No entanto, é democrático e faz parte da tradição da Casa que este momento de encaminhamento não seja uma discussão de surdos, que as pessoas ouçam os argumentos diferentes, a favor de uma posição ou de outra, e possam ir compondo o debate de uma forma democrática. Não foi aceito. Tenho a opinião de que, desde alguns dias antes de votarmos esse Projeto pela primeira vez até hoje, os argumentos contrários sustentam-se especialmente em uma questão, que é a desinformação. Por isso estamos - a Bancada dos trabalhadores e o Ver. Elói Guimarães, autor - regimentalmente na condição de falarmos em primeiro lugar, pois corremos o risco de não podermos ter a oportunidade de contestar os argumentos contrários, porque me parece, salvo melhor juízo, que vamos continuar sustentando nossos argumentos na desinformação.

Vou tentar alterar isso: primeiro, não estamos votando o aumento da tarifa - isso tem que ficar bem claro. Estamos, exatamente, procurando fazer uma discussão  com os trabalhadores motoristas de táxi, através de suas entidades, e, por mais respeito que eu tenha a todos os levantamentos feitos por Vereadores ou outras pessoas, acho que não podemos instituir nesta Casa uma relação de desconfiança e atropelamento das entidades representativas das categorias. Esse é um patrimônio importante na relação do Parlamento, dos partidos, com as organizações dos trabalhadores. Portanto, valho-me da opinião e das discussões que fizemos com as entidades representativas dos motoristas de táxi. Segundo, estamos num paradoxo, que é o período de aumentar ou não as tarifas, e os trabalhadores taxistas vieram a esta Casa e disseram que não queriam aumento de tarifa. Os motivos são conhecidos, não vou entrar neles. A partir desse momento operou-se uma situação. No entanto, é preciso, não só no que toca à organização do sistema, mas também à regulamentação de leis aprovadas nesta Casa, a solução de problemas pelo Ministério Público, como o pagamento extrataxímetro de pacotes e sacolas, uma série de questões que dificultam a relação que se estabelece cotidianamente entre motorista de táxi e a população de Porto Alegre nesse serviço público da maior importância na Cidade. Qualquer pagamento fora do taxímetro cria problemas para o passageiro e para o motorista, ou seja, o Projeto é uma proposta de organização de uma série de questões que melhoram o sistema e a relação pública desse serviço da Cidade com o Poder Público e com a população. Saímos de quatro para três bandeiradas, antecipamos a bandeira 2 das 22 para as 20 horas, igualando ao resto do País - e com isso deixa de ser cobrado qualquer coisa extrataxímetro -, regulamentamos o táxi-mirim, e aí por diante, ou seja, de uma maneira correta, séria, articulada com os trabalhadores taxistas, que demonstraram um grande espírito público vindo a esta  Casa  dizer que não querem aumento.

Uma alternativa foi proposta para que este serviço continue sendo bem prestado e continue sendo uma fonte de sustento para as suas famílias. E aqui está o Projeto. De lá para cá, muitas desinformações se fizeram, muitas contas foram feitas e se criou uma imagem  de que estamos votando um grande aumento de tarifa. Não é correto. Eu gostaria que, nesses encaminhamentos, nós pudéssemos contestar essas questões. Eu quero dizer que a Bancada do Partido dos Trabalhadores está segura de que é um bom projeto para a Cidade, é um projeto para os taxistas, é um bom projeto para a continuidade, com qualidade, desse serviço público importante que é prestado por trabalhadores laboriosos e sérios em Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, se nós tivermos, agora, neste momento da Sessão, um diálogo de surdos, nós nada mais estaremos fazendo do que continuar um diálogo de surdos iniciado ontem à noite, num canal de televisão, entre dois Vereadores e a Cidade de Porto Alegre, quando se falava a respeito de tarifa de ônibus e onde não tinha ninguém que pudesse defender a população.

Se criou, neste momento, uma situação: talvez mais Vereadores venham encaminhar um projeto de maneira contrária devido a um pedido de urgência de autores do Projeto e da Bancada de Situação que, mais uma vez, tenta atropelar o Plenário pedindo urgência ao invés de fazer a discussão com transparência. Se nós tivéssemos deixado este Projeto tramitar normalmente nas Comissões, e muito especialmente na CUTHAB, nós teríamos chamado todos os taxistas aqui e não precisaríamos, hoje, ficar com pseudodiscursos ou diálogo de surdos. Pseudo, Ver. João Dib, porque, de fato, não é diálogo de surdos. Nós temos ouvido a população de Porto Alegre, nós temos ouvido os taxistas desta Cidade, até porque muitos telefonam para a casa da gente, para o gabinete ou comparecem aqui e dizem que se sentiram prejudicados. Diálogo de surdos porque até agora temos ouvido muito mais os taxistas de ponto fixo, que não têm que caçar passageiros e rodar pela Cidade e que não enfrentam a mesma situação daqueles taxistas do ponto livre, que são profundamente onerados na medida em que vão perder passageiros devido à modificação da tarifa. Não é aumento de tarifa. É muito mais grave do que isso: é modificação da base de cálculo de tarifa.

O Jornalista Paulo Sant’Ana - que continua, sim, um Vereador desta Cidade em espírito, e sério, como o foi aqui nesta Casa, no seu tempo - escreveu, com absoluta clareza, duas coisas fundamentais: “Este é o aumento que pretendem hoje o Executivo, Vereadores do PT e o autor do projeto, Ver. Elói Guimarães. Ele não é temporário, é eterno, porque aumenta e amplia a base da bandeirada. Em segundo lugar, o engodo do cálculo. Em nome de isenções de tarifas, em menos de 5% das corridas, a Câmara e o Executivo se preparam para onerar mais de 95% das corridas e dos usuários.” Era exatamente o que eu dizia aqui, na outra sala, há poucos instantes a alguns companheiros taxistas: é abrir mão da bandeira 4, que não se usa praticamente durante o dia, em troca da ampliação do horário de vigência da bandeira 2, que é o grande percentual de lucratividade!  Acho que vou voltar para o primeiro ano do primário, porque não sei mais fazer conta de somar e de dividir! Este é o engodo: fingir que dá alguma coisa, troca seis por meia dúzia. Não está trocando seis por vinte e quatro. A diferença do que vai resultar dessa modificação é enorme e contra o passageiro, sobretudo porque é neste horário que as pessoas que trabalham e que têm tempo para fazer compra vão, por exemplo, a um “shopping center”  e casualmente  é no “shopping” que tem ponto fixo de táxi, de cliente cativo, tem maneira de ganhar na bucha depois de isto ser aprovado sem maiores problemas.

Srs. Vereadores, e muito especialmente os Senhores taxistas, acho que é absolutamente justo e correto que vocês briguem  pelo interesse de vocês e acho que é absolutamente justo e correto que vocês procurem esta Casa para tentar nos convencer, sem nenhum problema. Esta Casa está aqui para isso. Agora, também acho que é absolutamente justo e correto que esta Casa pese os dois lados: de um lado, o interesse de vocês, do outro, respeitosamente, o interesse da população. Eu vou ficar, como sempre, ao longo de 15 anos, com a população. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, com a palavra o Ver. Carlos Garcia.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, voltamos a ocupar esta tribuna para falar do mesmo fato. Ouvindo recentemente o Ver. Gerson Almeida a respeito da questão de como foi composto o cálculo, eu tenho minhas dúvidas e volto a insistir que a maioria dos taxistas de Porto Alegre não quer esse aumento. Portanto, vejo um grande paradoxo: a população de Porto Alegre não quer aumento, os próprios taxistas não querem aumento. Agora, a Câmara de Vereadores quer aumento. Não consigo entender isso. Volto a insistir a respeito daquelas arbitrariedades, caso seja aprovado: quem pegar um táxi em Porto Alegre, das 20 horas às 22 horas, de segunda a sexta-feira, e sábado, das 12 horas até as 22 horas, vai ter um aumento, em uma corrida de 5 Km, de 23,5%. Outra coisa que pergunto, porque a lei não está bem clara - é que aqui diz “uma mala e dois volumes”. Eu vou no supermercado e compro um sabonete, uma pasta dental, um pé de alface e 1Kg de arroz. Saio com três volumes, porque o supermercado faz o seguinte: material de higiene, um saquinho; hortifrutigranjeiro, outro saquinho; e 1 Kg de arroz, outro saquinho. Aqui, quando fala em volume, não está claro, e àquilo que não é claro eu não posso ser favorável. E aí, se eu sair com três sacolinhas, eu vou pagar bandeira 3? E vamos falar sobre a bandeira 3. Hoje, 5 Km são R$ 4,97, em média, em uma corrida. Pagando a bandeira 3, ela vai para  R$ 6,72. Sabe quanto dá isso? 35,2%. Este é um dado concreto. Ninguém é contra a questão de dar aumento para motorista. Agora, primeira coisa: organizem-se como associações. Por que ter duas associações? Organizem-se entre si! Ouçam seus pares e venham aqui. Nós não teremos dúvidas em conceder aquilo que é justo e para o bem de todos, da população e  de todos os senhores. O PSB encaminha contra o presente Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, inicialmente, quero repelir a insinuação que aqui se faz ao “Pampa Boa Noite”, conduzido por um dos jornalistas desta Cidade, Jornalista Raul Moreau. Em segundo lugar, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não conheço bandeira aplicada durante o dia, a bandeira 4. No que tange ao primeiro orador.

Com relação ao segundo orador que esteve na tribuna, eu não sei onde ele foi buscar 35,2%. Quero lançar aqui um desafio em nome do meu mandato contra o mandato de V.Exas. É o meu mandato, aqui da tribuna, contra o mandato de V.Exa. Se, efetivamente, houver esse acréscimo, eu renuncio ao mandato. E V.Exa. fará o mesmo? V.Exa. topa o desafio? Fica aqui o desafio lançado.

Bem, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o referido orador, o segundo que esteve na tribuna, melhorou um pouco, porque antes, quando ele falava na ampliação da base da bandeira 2, e fez com que a imprensa noticiasse, falava em 33%. Agora fala em 23,5%. Entre a pesquisa feita pelo segundo orador com os taxistas, prefiro ficar com a pesquisa feita pela Rádio Gaúcha, hoje pela manhã, que constatou que 67% das pessoas ouvidas são a favor do referido Projeto, da referida iniciativa, e 33% são contra.

Sr. Presidente, Srs. Vereadores, pena que não se tenha tempo para falar sobre esse assunto. Quero dizer da vantagem da bandeira 3. A bandeira 3 é um mecanismo de transparência que resolve uma questão importante na  Cidade. Tenho dito que o táxi se transformou num pequeno caminhãozinho de mudanças: carrega rancho de supermercado, televisor, até o que não pode - botijão de gás.

Hoje, se se fizer uma corrida sem os pacotes excedentes, uma corrida média, que é uma corrida de 5 km, vai-se gastar R$ 4,97. Com pacotes, se gastará R$ 6,77. Desafio a refutar esses dados. A diferença é 1,8. Qual é o meio de transporte aqui e em qualquer lugar que faz isso, que carrega um televisor, um rancho, por 5 km? E mais: se, à noite, o cidadão for ao “shopping center” comprar televisor, seja o que for, a questão se dá da seguinte maneira: se ele for na bandeira 2 para fazer o transporte, gastará R$ 6,14. Se ele levar o televisor e mais alguma coisa, gastará R$ 0,63 mais. Eu desafio a contestarem esse dado. Onde, Sr. Presidente, à noite se faz um carregamento cobrando R$ 0,63. Tiramos o limitador, e quatro passageiros podem tomar o táxi sem a aplicação da bandeira 4, o que corresponde a 56%. Cai a bandeira 4.

Ora, se nós examinarmos esse conjunto de dados, vamos concluir que ele tem pequenos ganhos, é verdade, naquilo que respeita à bandeira 2, no sentido de se fazer a isonomia no País. Por outro lado, há perdas, também, pois não  pode ser usada a bandeira 3 durante o dia. Alguns taxistas sabem; outros não sabem.

Então, o apelo que vou fazer é no sentido de se aprovar esta matéria, que é boa, é um projeto bom. É um projeto que regulariza esse serviço. Gostaria de pedir que rejeitemos a Emenda Záchia, porque ela vai tumultuar o serviço. O Ver. Nereu D’Ávila tem uma emenda que limita o número de passageiros e isso vai criar um problema no que se refere a mais de três passageiros. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Questão de Ordem com o Ver. Elói Guimarães.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, o Ver. Carlos Garcia fez uma afirmação, da tribuna, de que haverá um reajuste de 35,2%. Eu contestei esse dado. Então, Sr. Presidente, eu gostaria que V.Exa. pedisse para esse dado ser confirmado.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa entende, Ver. Elói Guimarães,  que o dado colocado pelo Ver. Carlos Garcia está nos Anais e poderá ser confirmado em outras circunstâncias.  Eu não tenho condições de fazê-lo agora. Não é  a função do Presidente neste caso.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhores taxistas, o PT realmente consegue fazer mágicas. Eu acho que se o David Copperfield estivesse aqui estaria nesta Bancada petista, porque  imaginem os Senhores onde deveria ser feita essa pressão de aumento de tarifa! Essa pressão de aumento de tarifa deveria estar sendo  feita no Executivo porque é ele quem dá a tarifa. O Ver. Elói Guimarães argumentou aqui, durante todos os minutos que lhe cabiam, para dizer que os taxistas não podem mais continuar fazendo as corridas pela tarifa que está aí. Então, tem que ser o Prefeito Raul Pont o encarregado, enfim, de oferecer a tarifa. O Ver. Elói Guimarães, no seu Projeto de Lei, salva, momentaneamente pelo menos, o PT deste problema, mas só que salva de maneira errada. Desculpe-me, Ver. Elói Guimarães. A bandeira 2, que é mexida pelo Ver. Elói Guimarães, tem como paradigma o adicional noturno. Um adicional noturno de qualquer categoria de trabalhadores tem início exatamente às 22 horas. Já disse várias vezes. Se os taxistas quisessem fazer alguma coisa correta, de acordo com a categoria dos trabalhadores, teríamos que mexer nos valores da bandeira 2. Se a bandeira 2 é 20%, vamos trabalhar para ver se os trabalhadores da noite, aqueles que fazem horário noturno, preferem trabalhar com a bandeira 2 com valores adicionais ou não, porque ouço trabalhadores da categoria dos taxistas que dizem que não querem o aumento, não querem nenhum tipo de aumento. Então, Ver. José Valdir, o Governo de V.Exa. está salvo no que concerne à pressão dos taxistas, porque existem muitos  taxistas que não querem o aumento, e por isso não fazem pressão lá, no Paço Municipal. Porque essa pressão que a Câmara recebe hoje deveria ser feita lá no Paço Municipal, porque é o Prefeito quem dá aumento de tarifa. E se a corrida não está sendo paga satisfatoriamente no período noturno - e V.Exa. fala  apenas no período noturno, com referência à bandeira 2 -, ela também não está sendo paga satisfatoriamente nos outros períodos. Então, ela tem que ser corrigida com relação à bandeirada, com relação à tarifa, e não é isso que os taxistas estão pedindo hoje, aqui. Os taxistas estão pedindo é que nós tiremos o paradigma da bandeira 2 com relação ao adicional noturno e criemos uma figura nova, porque vamos começar a cobrar o adicional noturno a partir do meio-dia, nos sábados, e com relação aos outros dias vamos tirar das 22 horas e passar para as 20 horas.

Senhores taxistas, esta Casa já votou tantas vezes favorável a projetos que diziam respeito aos taxistas! Se os Senhores estão insatisfeitos com a tarifa, é hora de ir ao Paço Municipal e fazer pressão à única pessoa que é capaz, legalmente, de dar aumento de tarifa, que é o Sr. Prefeito Municipal, infelizmente salvo pelo gongo, hoje,  pela figura do Ver. Elói Guimarães, que resolveu assumir essa condição de escudo do  Sr. Prefeito Municipal, fazendo com que os taxistas pressionassem a Câmara e não a quem de direito, porque a pressão deveria ser exercida sobre o Sr. Prefeito Municipal, se assim fosse a vontade dos taxistas.

Ouvi, aqui, líderes da Bancada Governista vociferando contrários àqueles que vão votar contra o Projeto, mas não dizendo do direito que tem o Sr. Prefeito Municipal, sem passar pela Câmara, de dar o aumento tarifário. Se a Bancada Governista está acreditando que esta é a vontade dos Senhores taxistas, basta que o Sr. Prefeito Municipal, numa canetada, dê o aumento tarifário. Não precisa passar pela Câmara. Mas eles preferem participar desse engodo que foi liderado aqui na Casa, infelizmente, por uma pessoa que eu gosto muito, que é o Ver. Elói Guimarães. Muito obrigado.

                     

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra para  uma Questão de Ordem.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente, com relação ao que colocou o Ver. Elói, eu  gostaria que fossem requisitadas todas as notas taquigráficas do que eu falei na semana passada. Eu tenho certeza de que foi 23,5%.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, isso não é Questão de Ordem. Isso é um Requerimento para que as notas taquigráficas lhe sejam cedidas.

 

O SR. CARLOS GARCIA: E eu volto a enfatizar que quem andar 5 Km em Porto Alegre vai ter um aumento de 35,2%.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa encerra essa questão.

O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, essa discussão não deve ser, na opinião deste Vereador, partidarizada. Por isso, desde logo excluo do debate e dessa manifestação as figuras do Ver. Elói Guimarães e da Bancada do Governo na Casa e prendo-me ao mérito da questão. A reivindicação dos trabalhadores do setor dos táxis é justa? Obviamente que sim.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa pede especial atenção dos Vereadores que estão próximos à tribuna, pois existe um orador na tribuna. Devolvo o tempo a V.Exa.

 

O SR. PEDRO RUAS: Obrigado. Mas dizia, Sr. Presidente, que as reivindicações são justas, como são justas as reivindicações dos trabalhadores em geral.

O dado mais importante - e eu sei que é difícil para os companheiros que trabalham nessa área e que estão, neste momento, dando a honra de sua presença - é compreenderem, na sua exatidão, que a nossa função e a nossa posição, infelizmente, não é  ser simpáticos, mas sim de defender princípios e, basicamente, a população de Porto Alegre.

Na condição de advogado trabalhista, dediquei-me, toda minha vida, a defender as causas dos trabalhadores. Na condição de Vereador, o conjunto que nós defendemos é o da população de Porto Alegre. E por mais justas que sejam as reivindicações dos taxistas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é fundamental frisar que os levantamentos do DIEESE, do DIAP e os levantamentos de todos institutos e entidades que se dedicam a isso mostram que no País inteiro, e Porto Alegre não é exceção,  o desemprego é crescente e o subemprego é crescente. Isto é: as pessoas não têm condições de arcar com quaisquer elevações, diretas ou indiretas, de tarifas. A posição que tenho vai exatamente para a questão da tarifa dos ônibus. É absurdo que tenhamos, sistematicamente, na Casa, esse tipo de questão em um período onde se sabe que a população não tem condições de suportar esses aumentos, sejam eles aumentos diretos, que é o caso das tarifas dos ônibus, ou sejam eles aumentos indiretos, como é a do Projeto que votamos hoje.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós temos que ter a posição clara, franca e corajosa de, olhando nos olhos dos companheiros, dizer que este Projeto não pode ser aprovado. E não é por não ser justo. É porque a população não tem condições de suportar esse tipo de reajuste, não tem condições de suportar qualquer aumento tarifário, não tem condições financeiras e nem econômicas, não tem emprego e, quando tem, é mal remunerado. Esse é um dado real, estatístico, comprovado e demonstrado. É  nesse sentido que o nosso encaminhamento, respeitando as posições em contrário e em especial do Ver. Elói Guimarães e da Bancada do Governo, é contra. Nós temos que encaminhar contra este e qualquer outro projeto assemelhado. Contra este e o dos ônibus, quando vier, ou de lotações, quando vier; porque não é possível que a população tenha que, sistematicamente, arcar com o ônus para resolver problemas setoriais, importantes mas setoriais, e ela, sem ser consultada, votando até em regime de urgência, como estamos fazendo agora, tenha que pagar por aquilo que não é culpa sua. É justa a reivindicação? É justa! Não deve ser aprovada. A população, neste momento, nessas circunstâncias, não tem condições - não é vontade - de realizar justiça com a categoria de V. Sas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.) 

                                                                                                           

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, para encaminhar, o Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, este é um momento em que a boa política determinaria como conveniente o silêncio e, no máximo, a abertura do voto quando fosse o momento oportuno. A todo instante recebo colocações, as mais diferenciadas possíveis, com argumentos favoráveis ou contrários à aprovação do Substitutivo do Ver. Elói Guimarães, contra o qual votei na Sessão passada quando a matéria foi examinada. Naquela ocasião, lamentava eu que nós, integrantes desta Casa, não tivéssemos tido a tranqüilidade de sentar ao redor de uma mesa para discutir um assunto complexo que permite divergências de opiniões, confronto de números, ao ponto de termos, hoje, essa situação patética em que até mesmo se joga com o mandato popular que foi soberanamente conferido nas urnas a dois ilustres Vereadores desta Casa  que, no momento, têm posições antagônicas e que sustentam acirradamente essas posições, defendendo, cada um a seu juízo, o que melhor consulta os interesses da comunidade.

Em verdade, Sr. Presidente, nós teríamos a tranqüilidade simplesmente de, exercitando uma coerência, manter o voto que anteriormente demos e até perguntar para a Casa: qual é a dificuldade? Está-se discutindo um projeto que já foi aprovado e que agora gera toda essa discussão porque teve duas Emendas aprovadas e nessas residem as discussões acerca dos seus efeitos. O Projeto recebeu, na Sessão passada, 18 votos, se não me falha a memória, e com isso estava aprovado. Chegou a ser festejado pelo autor do Substitutivo para, logo depois, a alegria inicial se transformar numa frustração, porque as Emendas, que logo após foram submetidas, lograram aprovação e, com isso, ensejou-se a prostração do autor e de todos aqueles que queriam ver o Projeto, pelo seu Substitutivo, produzir integralmente os seus efeitos.

Foi dito que não está se tratando de aumento de tarifa. Todos nós sabemos que não está envolvido nesse fato o aumento de tarifa, mas, sim, o aumento do custo da utilização do serviço de táxi, pelo menos em determinada hora do dia. Pelo menos está envolvido o custo do táxi em determinada hora do dia, eis que, como se vê no Substitutivo, se adianta o horário em que começa a vigorar a bandeira 2 e se dilata, ao final, o período em que vigora essa tarifa. Nesse momento, não há como se discutir que há aumento do custo dos serviços de táxi colocados à disposição da Cidade de Porto Alegre, salvo se o exercício desse direito, da cobrança dessa tarifa, for uma opção ao taxista. Muitos dos  taxistas nos procuram dizendo que entendem que não deve haver nenhum tipo de aumento de serviço à medida que eles compreendem o que o Ver. Pedro Ruas declarou da tribuna: que a população não pode pagar um aumento desse serviço nessa hora, porque está com os seus rendimentos absolutamente nivelados. Então, Sr. Presidente, discutir esse assunto da forma como estamos discutindo, com esse tipo de cotejo em que até mesmo um mandato popular está sendo posto em dúvida, é uma dificuldade muito grande.

Eu estou consultando a profundidade da minha própria consciência e do meu raciocínio. Eu não teria nenhuma razão para temer mudar de posição se disso fosse convencido. Até o presente momento, lamento dizer às várias pessoas que me procuraram, honesta, correta e dignamente, propondo-me uma revisão de posição, que até o presente momento, pelo contrário, a confusão deste debate até aprofunda a posição que anteriormente sustentei. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, disseram-me que eu havia votado contra o Projeto de Lei, e eu disse, com toda a clareza, que não; simplesmente, eu me abstive de votar. E por uma razão muito simples: eu tenho absoluta convicção de que a Secretaria Municipal dos Transportes está em falência absoluta por incompetência total e extraordinária. Uma Secretaria que coloca uma parada de ônibus num viaduto não pode pensar em táxi.

Eu disse, na outra Sessão, que só há um tipo de táxi. Temos uma Secretaria que apresenta uma série de táxis, uma Câmara que vota, como foi dito aqui, sem que o assunto passe pelas Comissões, com muita pressa. E na pressa está a imperfeição.

Eu tinha absoluta razão quando me abstive de votar, pois a metade dos Vereadores, pelo menos, não sabe o que foi aprovado aqui na segunda-feira passada. A população não sabe o que a Câmara aprovou; a imprensa também não sabe. Ainda hoje, eu ouvi Vereadores dizendo, da tribuna, que a bandeira 2 entraria em vigor às 12 horas de sábado e às 20 horas de todos os dias.

É uma tristeza a incompetência da Secretaria Municipal dos Transportes, que não sabe redigir um projeto de lei! E o digo com a tranqüilidade de quem foi Secretário dos Transportes duas vezes e que não tinha computadores, não tinha tanta gente quanto tem lá, hoje. Nunca vi tamanha incompetência!

É interessante que se leia bem o Projeto para saber quando é que se aplica a  bandeira 2, quando é que se aplica a bandeira 3. Tem que ir de novo à escola aprender a redigir. E aí está toda a confusão. O que foi aprovado aqui era o aumento da bandeira 2 e 3, extinção da bandeira 4, mas a partir das 22 horas até as 6 horas, de segunda a sábado. E nada mais do que isto. E toda Cidade está confusa, porque os incompetentes da Secretaria Municipal dos Transportes, os omissos, não sabem atender suas responsabilidades com competência. Eles apenas transferem para a Câmara, como fizeram, dizendo que em dez dias o problema seria resolvido aqui e votada uma lei na Câmara. Não foi nem em dez, nem 30 e nem 40 dias. E nunca foi estudado pela Câmara Municipal de Porto Alegre. O Substitutivo do Ver. Elói Guimarães foi um esforço de juntar tudo o que estava errado, emendas dizendo “parágrafo 3º do inciso 4º”. Isto não existe em lugar nenhum do mundo, mas foi aprovado aqui. O que tinha que acontecer era a SMT assumir a sua responsabilidade e mandar um projeto de lei decente, digno, capaz de ser entendido pela população.

De um lado, um sindicato dizendo uma coisa, e do outro lado, outro sindicato afirmando diferente. E a Câmara vai assumir a responsabilidade pela omissão, incompetência, falta de seriedade, falta de responsabilidade da Secretaria Municipal dos Transportes e do Prefeito também? O Prefeito que mandou os motoristas do transporte coletivo fazerem greve?  Nós temos que assumir? Por quê?

São dois Poderes: o Executivo e o Legislativo. A incompetência está instalada lá com uma máquina poderosíssima, milhares de assessores, milhares de cartas-contrato, milhares de estagiários, tudo para que a Câmara seja a má ou a boazinha. Mas eles...

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o nobre Ver. João Dib acabou de dizer que o Prefeito Raul Pont havia incitado os rodoviários à greve. Eu gostaria de saber se, nos termos regimentais, isso não foge daquilo que possamos comprovar; logo, pode ficar como uma ilação. Sabendo da seriedade do Ver. João Dib, eu gostaria de fazer este registro agora, quando ele tem oportunidade de continuar a falar.

 

O SR. PRESIDENTE: De acordo com o art. 65 da Lei Orgânica, o Vereador tem inviolabilidade, só que ele pode ser responsabilizado pelo que diz.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu vou fazer uma retificação: a Prefeitura não tem milhares de estagiários, tem 800 estagiários. Eu fui exagerado. Agora, é omissa, é incompetente, falta-lhe seriedade e responsabilidade no trato dos problemas da comunidade porto-alegrense. Isso eu não retiro nunca! Porque ao Prefeito cabia decidir com competência, com seriedade, com legitimidade o problema do transporte público. Não estou falando somente no táxi, mas sim também no ônibus, lotação e o que for. Mas são incompetentes, não têm responsabilidade e não desejam acertar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta nova discussão sobre o aumento dos táxis traz para a Casa uma discussão que não deveria ser feita aqui.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa suspende a Sessão até que haja silêncio no Plenário.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h10min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 17h12min): Estão reabertos os trabalhos. Devolvemos a palavra ao Ver. Fernando Záchia.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Senhoras e Senhores, eu dizia que esta discussão não deveria ser feita aqui. Nós estamos envolvendo a classe dos trabalhadores, e nós, os Vereadores, estamos sendo, de certa maneira, mapeados por parte da imprensa por uma discussão que não é desta Casa. É extremamente mais cômodo e mais fácil que o Executivo transfira uma responsabilidade que é sua para o Legislativo, e há o desgaste da discussão.

O Ver. Elói Guimarães, que é extremamente competente, um homem preocupado com as questões de Porto Alegre, ex-Secretário dos Transportes de Porto Alegre, um homem que conhece a legislação dos transportes, o que o Ver. Elói quis fazer? Ele quis minimizar a questão, quis minimizar o problema, mas um problema que não foi criado por esta Casa, um problema que não foi criado pela categoria. Ora, o Ver. Elói, que já quase foi Senador da República, que já está trabalhando para ser Prefeito Municipal, ele já está começando a fazer ações que são de um prefeito municipal. Fica muito fácil para o Executivo Municipal transferir para o Legislativo todas as dificuldades a respeito da tarifa do táxi e da tarifa do ônibus. Todo o ônus do aumento, da modificação de legislação que teria que ser resolvido no Executivo está  sendo transferido para nós, Vereadores.

 O Ver. João Dib tinha razão quando dizia que muitos de nós - e este Vereador se inclui nessa situação, na questão de sexta-feira - votamos a matéria com pouco conhecimento de causa. Tínhamos um conhecimento da essência, mas, quando aprofundamos as questões mais detalhadas, a maioria desta Câmara tinha dificuldades e demonstrou isso na votação até quando aprovou uma proposta de minha autoria. A aprovação daquela Emenda de minha autoria era para se remediar da confusão quando tínhamos votado o Projeto, porque nós estamos votando sem ter o conhecimento técnico e profundo que esta matéria deveria ter. Incorremos no erro de trazer essa discussão para o Legislativo, mas, já que veio para cá, no mínimo, nós deveríamos ter um aprofundamento da matéria, uma discussão nas Comissões, uma discussão mais profunda e ampla, e não votarmos uma matéria extremamente técnica, uma matéria difícil de ser votada, de uma maneira muito rápida e determinarmos o regime de urgência. Ora, Ver. Pedro Américo Leal, V.Exa., como eu, não tem um assessoramento técnico para podermos votar uma matéria tão profunda de uma maneira tão rápida. Vamos cometer alguns equívocos. Não tinha nem Parecer da Comissão pertinente. Esse cuidado deve-se ter para que nós não passemos, o Legislativo, pela vulgarização das discussões da matéria. Começamos a transformar uma matéria técnica em uma matéria política. Então, é mais fácil para nós Vereadores votarmos contrariamente a essa matéria do que cometermos um erro mais adiante. Muito obrigado

 

(Não revisto pelo orador.)

        

O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos.

Em votação nominal o Substitutivo nº 01 ao PLE nº 09/97. (Após a chamada.) REJEITADO por 15 votos SIM, 16 votos NÃO. Prejudicadas, portanto, as Emendas a ele apostas.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, não consegui escutar, no processo de votação, o voto proferido pelo Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ:  Votei “não”, Vereador.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece que não se trata de Questão de Ordem, Ver. Juarez Pinheiro.

Em votação o Projeto de Lei do Executivo nº 09/97. (Após a chamada.)  REJEITADO por 16 votos  NÃO,  09 votos SIM e 3 ABSTENÇÕES. Prejudicadas as Emendas e Subemendas a ele apostas.

Declaração de Voto do Ver. João Dib: (Lê.)

“Votei contra o Projeto pois a pressa da Prefeitura é tão grande, e a incompetência tão maior, que nem foi votada a mensagem retificativa.”

Algumas pessoas indagam por que o Presidente não vota. Não vota porque é regimental. Só em momentos de empate.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h31min.)

 

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz - às 17h35min): Estão reabertos os trabalhos.

Nós aproveitamos para reforçar o convite da Direção do Sport Club Internacional e, também, do Ver. Fernando Záchia para, hoje à noite, às 19h30min, um jantar oferecido aos Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras. O jantar será no Parque Gigante e não na Churrascaria Saci, ou seja, será no Parque Gigante, onde existe um Galpão Crioulo. Alguém perguntou à Mesa quem era o fotógrafo que estava aqui fazendo algumas fotos. Trata-se de um cidadão autorizado pela Casa para fazer aquelas fotos. Pertence ao jornal dos taxistas. Foi feita uma autorização para que o Sr. Antônio Alexandre pudesse tirar as fotografias, sem nenhum problema. Quero lembrar que amanhã, dia 12, às 17 horas, teremos uma Sessão Solene em homenagem ao Tricampeão Brasileiro, que estará aqui com a sua Diretoria e atletas.

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RENOVAÇÃO DE VOTAÇÃO

 

PROC. 0447/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 007/96, que desafeta, do uso comum do povo, próprio municipal proveniente da retificação do traçado da Travessa Nova Trento, autoriza a alienação de parte do imóvel a proprietário lindeiro, independentemente de licitação, e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, VIII, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM;

- renovação de votação nos termos do Art. 196 do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: É importante colocar aos Srs. Vereadores que essa renovação de votação é em função de uma emenda que não havia sido suficientemente esclarecida. O Projeto foi aprovado por unanimidade e volta ao Plenário apenas para esse conserto no seu encaminhamento.

Em votação. Está com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, até me dispunha a não encaminhar, dependendo do que fosse ouvir do encaminhamento do Ver. Juarez Pinheiro, que requereu essa renovação de votação e a obteve devido à sua  inconformidade, não com a aprovação do Projeto, com o qual ele concorda. O Projeto, que tramita nesta Casa há muito tempo, e o próprio número indica, pois é o Projeto de número 07/96, está há mais de um ano aqui, nesta Casa, e quando solicitamos a sua urgência foi porque ele já tinha pareceres das legislaturas anteriores e já tínhamos colocado nosso Parecer na Comissão de Justiça e não chegou a ser votado.

A discussão, Srs. Vereadores - e o Ver. Juarez Pinheiro haverá de confirmar posteriormente -, é  tão-somente contra a Emenda nº 01, que foi colocada no Projeto na legislatura anterior, que reduz de 10 para 5% a multa nas hipóteses de inadimplência. Temos entendido sistematicamente que, em uma economia estabilizada, uma multa de 10%  é exagerada, é um excesso, uma demasia. Por  isso acolhemos a Emenda  do ex-Ver. Artur Zanella, que propunha a redução para 5%. Está resumido o debate e a decisão apenas, e sei que certamente o Ver. Juarez Pinheiro irá confirmar, nesse sentido, a convicção que cada um possa ter se 10% é uma demasia, se 5% é uma multa adequada no caso de inadimplência em uma economia estabilizada ou se é uma redução exagerada. Eu, pessoalmente, venho à tribuna dizer que sustentarei sempre que, na necessidade do novo patamar que a economia brasileira assume, 5% já é uma multa suficientemente pesada e 10% é um exagero. Certamente, a Casa irá  deliberar se nas convicções do Ver. Pinheiro, que sustenta que em termos de normatização interna da Prefeitura, ou se entende, como nós entendemos, que na nossa economia brasileira, economia estabilizada, uma multa de 5% já é suficientemente dura para fazer com que o inadimplente pense duas vezes antes de deixar de honrar com os seus compromissos. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu nem iria fazer um encaminhamento nesta renovação de votação, caso não houvesse a intervenção do nobre Ver. Reginaldo Pujol.

Queremos dizer que estamos fazendo esta renovação de votação tendo em vista que este Projeto de Lei, acompanhado de Emenda única, foi votado ao final de uma Sessão, quando tínhamos apreciado projetos importantes e este foi colocado no rol de proposições de menor hierarquia. Face à celeridade que a hora exigia, não foi bem avaliado por este Plenário, a juízo da nossa Bancada. Trata-se de mantermos, e esse é o objetivo, o princípio da isonomia, o princípio da igualdade. Quando a Prefeitura contrata, aluga prédios públicos, e isso às vezes se faz necessário, se eventualmente não pagar seus compromissos arca com uma taxa de 10%. Na verdade, todas as alienações que temos votado aqui, principalmente de investiduras, temos colocado que isso vem do Executivo, que, além da possibilidade de parcelamento quando há atraso, é imputada uma penalização de 10%. Se, apenas nesse caso, viermos a imputar a essa pessoa que está adquirindo, sem licitação, a diminuição dessa taxa, nós, na verdade, estaremos ferindo o princípio da isonomia, o princípio da igualdade. Mas esse mérito será apreciado quando da discussão novamente. Então, precisava explicitar ao Plenário que essa é a razão pela qual estamos pedindo a renovação da votação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, tem a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estava licenciado por motivo de saúde quando a Câmara votou e aprovou esse Projeto na semana passada. Quero chamar a atenção dos Srs. Vereadores de que o encaminhamento da Bancada do PSDB será contrário ao Projeto, Ver. Juarez Pinheiro, não pelo motivo da Emenda, mas por outro motivo que quero trazer ao conhecimento dos Srs. Vereadores.

Tenho o hábito, há muitos anos, de manter um assessor especificamente para olhar a questão dessas áreas. Cada projeto desse tipo que passa por essa Casa, um assessor vai até o local, examina e confirma as dimensões, ocupação, liberação da área e por aí afora. O que temos na situação desse terreno? O Sr. Dalário Galvan - e nada contra o Sr. Dalário Galvan, quero deixar bem claro - é um dos seis proprietários que foram desapropriados em determinado momento pela Prefeitura Municipal no alargamento da via pública. Do lado esquerdo do Sr. Dalário Galvan, existe a propriedade da Sra. Marta Tolotti, no número 344 dessa rua, que invadiu a área da Prefeitura há muitos anos, sem que a Prefeitura, até hoje,  tenha feito nada, e quando a cidadã foi procurada para exercer o seu direito de compra, como lindeira, mas também ser eventualmente pressionada no direito da Prefeitura em relação a se retirar da área, ela tanto se negou a retirar a invasão quanto a adquirir a área. Quanto aos demais vizinhos do lado direito, os números 364 e 372, de propriedade do Sr. Zivo Manuel Manick e Maria Marques Sanchez Ilgenfritz, se negaram igualmente a adquirir as áreas remanescentes, que, diga-se de passagem, são mínimas. Por fim, o Sr. Jorge Luís Paixão, que tem uma nesga mínima, também se negou a fazer a aquisição. Então, de fato, a situação que temos, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é a de que, de cinco proprietários que deveriam, necessariamente, fazer a sua opção de aquisição para alinhar toda a rua - e com isso teríamos, de fato, um resultado urbano importante -, uma proprietária é invasora - e a Prefeitura nada fez para desocupar a área -, o outro proprietário, que não é invasor, seriamente se decide a adquirir a área e os outros se negam igualmente, embora não sendo invasores, a adquiri-la. Resultado: resolvemos a questão de um pedaço de terra, que vai ficar encravado no meio de outras cinco áreas, e vamos ficar com uma rua com cotovelo.

 

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, de uma forma fraterna, temos o entendimento de que o Vereador está abordando outro assunto que não é objeto da Ordem do Dia.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: É a Rua Nova Trento, Ver. Juarez Pinheiro. Lamento que V.Exa. não conheça o Projeto.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: O assunto que está sendo abordado, a nosso juízo, foge ao âmbito da Ordem do Dia. É a nossa posição, Vereador.

 

 O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, estou discutindo o Processo 447/96: desafeta de uso comum do povo próprio municipal, Rua Nova Trento. Não me consta que a renovação seja só para uma emenda.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa não consegue tolher um pedido de ordem, mesmo que não tenha sido. Não se considera o pedido de Questão de Ordem do Ver. Juarez Pinheiro em função de que não se tratou de uma Questão de Ordem. O tempo está devolvido a V.Exa. para terminar o pronunciamento.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Agradeço, Sr. Presidente. Repito: estou atendo-me ao Projeto, Ver. Juarez Pinheiro. O Projeto fala da área do nº 354, propriedade do Sr. Dalário Galvan, que compra uma nesga de terra defronte a sua área, junto à Rua Nova Trento. E eu estou dizendo que não vale a pena fazer este tipo de procedimento isolado porque a Prefeitura não se deu ao trabalho de providenciar no restante das aquisições e sobretudo na desocupação da invasão da área do lado. Ficou claro, Ver. Juarez Pinheiro. Se V.Exa. tivesse estudado o processo, talvez facilitasse o encaminhamento.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Antonio Hohlfeldt, a Mesa pede a V.Exa. que, não havendo condições de aparte, não pode provocar, nominando outro Vereador.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Este Vereador se permite discordar de V.Exa.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, a questão regimental é esta: se V.Exa. está fazendo um discurso e nominando um Vereador e de uma forma ou outra colocando-o em constrangimento, há uma dificuldade séria de se manter esse tipo de discurso. Nós pedimos a V.Exa. que se atenha ao pronunciamento que ia fazer.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Respeitosamente, Sr. Presidente, peço a V.Exa. que embase o artigo do Regimento que me proíbe de, tendo sido ouvido através de uma Questão de Ordem, não poder responder a um Vereador que levantou a Questão de Ordem. E não estou, de maneira nenhuma, faltando com respeito ao Ver. Juarez Pinheiro. Estou cobrando dele que ele não atrapalhe o meu discurso e leia o processo. Não me parece, Sr. Presidente, que eu infrinjo o Regimento e nem desrespeite o Vereador.

 

O SR. PRESIDENTE: A questão é absolutamente subjetiva nessa altura dos acontecimentos e a Mesa não tem condições de fazer julgamento desse ou daquele e pede para que o Vereador conclua o seu pensamento, tendo em vista que precisamos votar esse Projeto.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Questão de Ordem): O Regimento, com certeza, não permite que um Vereador grite ou vocifere com o Presidente dos trabalhos. Considero que, nesse caso, ficou bastante evidente que o Vereador estava bastante alterado.

 

O SR. PRESIDENTE: Não se trata de uma Questão de Ordem. É uma opinião de V.Exa. A Mesa respeita, mas não pode continuar abrindo a esse tipo de procedimento. O Ver. Antonio Hohlfeldt ainda tem 37 segundos para concluir.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu vou repetir o que estou dizendo: este Projeto talvez atenda respeitavelmente o interesse do Sr. Dalário Galvan, que respeita a lei, não invadiu área e tem o exercício do seu direito de adquirir a área. Nada contra, Ver. Pujol, inclusive para ficar bem claro, ao interesse desse cidadão. Agora, é lamentável que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre mande um projeto que, de certa maneira, é um pedaço do que deveria ser mandado. Manda um ao invés de mandar seis e, sobretudo, não exerce sua obrigação de retirada de invasor da área exatamente ao lado. Eu confesso que, se eu fosse o Sr. Dalário, eu não compraria - eu invadiria. É a regra que, ao que parece, a Prefeitura Municipal está seguindo na Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa  informa que a sua intervenção se fez em função do art. 19 do Regimento, item I, letra “f”.

Em votação o PLE nº 07/96. A votação será nominal por solicitação do Ver. Juarez Pinheiro. (Após a chamada.) Por 29 votos SIM, 01 ABSTENÇÃO, está APROVADO.

Em votação a Emenda nº 1 ao PLE nº  07/96. A Mesa esclarece que a Emenda - eu acho que é um dever da Mesa - modifica o parágrafo único do art. 4º deste Projeto, que prevê uma multa de 10% sobre as prestações atrasadas. E essas alienações têm uma legislação, que é 5% e não 10%, em todas as leis. “Fica prevista a multa de 5% sobre prestações atrasadas, além dos juros de mora”.

 

O SR. JOÃO MOTTA (Esclarecimento): Sr. Presidente, este Vereador tem a humildade de dizer que fez um encaminhamento equivocado inicialmente. Este Vereador encaminhou como renovação de votação quando, na verdade, o Projeto já estava sendo apreciado e pede desculpas se gerou confusão ao Plenário. De outra parte, informa que a instrução normativa da Secretaria da Fazenda, da Comissão de Alienação de Imóveis especifica uma penalidade de 10%. A Emenda do nobre ex-Vereador diminui para 5%. É este o objeto da discussão.

 

O SR. PRESIDENTE: É o que eu estou dizendo. A Secretaria estabelece 10%.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Nós tivemos a oportunidade de debater a matéria. Quero dizer  que até com muita tristeza, porque sou integrante da Mesa e lamento ter que protestar sobre uma decisão da Mesa que, sob o título de dar um esclarecimento de votação, permitiu um novo encaminhamento de uma matéria que não cabe ser encaminhada nesta hora. Lamento dizer a V.Exa. que V.Exa. está, inclusive,  permitindo indução de votação nesta hora.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa não concorda com a forma como V.Exa. entendeu que haja indução e a Mesa também entende que a questão não foi bem encaminhada. Posso concordar com V.Exa. na primeira parte de seu pronunciamento, mas na segunda não concordo, sob hipótese alguma, pois não houve essa intenção e sim de esclarecimento. Tendo em vista esse procedimento, a Mesa coloca ao Plenário se há condições de votação, se estão esclarecidos ou se há dúvidas ainda. A Mesa tem essa obrigação, Vereador. Como não há possibilidade de encaminhamento, eu fiz o esclarecimento, pois o Vereador que foi  requerente do processo pediu para esclarecer e fez um pronunciamento. Não há encaminhamento, mas sim esclarecimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Mas o que foi feito foi encaminhamento de votação.

 

O SR. PRESIDENTE: V.Exa. pode ter razão, mas a Mesa está tentando colocar as questões em seu lugar. Só não aceita que tenha havido indução, que não é essa a nossa intenção, não foi e nem será.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Não quero dialogar com a Mesa, mas V.Exa., agindo como agiu, permitiu que houvesse indução.

 

O SR. PRESIDENTE: Permiti. Esse foi um erro de que a Mesa se penitencia, e que fique escrito nos Anais que não tem nenhum problema. Eu não posso acertar sempre, pois há momentos que a gente erra. Não posso acertar sempre, e é isso que aconteceu, Vereador. Agora eu peço licença para colocar em votação.

Em votação nominal a Emenda nº 01 ao PLE nº 007/96 por solicitação do Ver. Juarez Pinheiro. (Após a chamada.)  REJEITADA por 11 votos SIM,  16 votos NÃO.

Às 18h30min, terminamos o tempo regulamentar para esta Sessão. Estamos colocando em votação a prorrogação por mais duas horas.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que concordam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Teremos o término da Sessão às 20h11min.

 

RENOVAÇÃO DE VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 0250/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 002/97, de autoria da Vera. Maria do Rosário, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao economista e dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Senhor João Pedro Stédile.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Ávila: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Carlos Garcia: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA, nos termos do art. 82, § 2º, IV, da LOM;

- votação nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- renovação de votação nos termos do Art. 196 do Regimento da CMPA;

 

O SR. PRESIDENTE: Requerimento do Ver. Gerson Almeida: requer seja adiada a votação do PLL nº 002/97 por cinco Sessões.

Em votação o Requerimento do Ver. Gerson Almeida.

 

O SR. ANTONIO  HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, independente do mérito, a minha preocupação é: tenho a idéia de que esse Projeto estava em pedido de urgência. Regimentalmente ele pode ser adiado em havendo a renovação de votação?

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai responder depois de se certificar com a Diretoria Legislativa.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, independentemente da resposta que V.Exa. vai dar agora - e eu sei que V.Exa. está muito bem assessorado pela Diretoria Legislativa -, eu gostaria de ouvir, também, o parecer da Procuradoria da Casa a respeito da possibilidade do adiamento quando o processo está em renovação.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa está ouvindo, a pedido do Ver. Luiz Braz, a douta Procuradoria, embora já tenha claro, mesmo antes da consulta, o que deve ser respondido.

Vamos suspender a Sessão por alguns minutos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 18h16min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 18h24min): Estão reabertos os trabalhos.

A Mesa responde às Questões de Ordem colocadas pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Luiz Braz. De acordo com o art. l78 do Regimento da Câmara Municipal, não cabe adiamento de votação em caso de: veto, proposição em regime de urgência, redação final, salvo quando verificado erro formal ou substancial, ou requerimento. No caso, temos condições de aceitar o pedido e poderá ser votado.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Requerimento): Sr. Presidente, em discussão com vários Vereadores, inclusive com a autora proponente, Vera. Maria do Rosário, e a pedido dos Vereadores Nereu D'Ávila, Carlos Garcia, Pedro Ruas e tantos outros, eu quero mudar o meu Requerimento de cinco para três Sessões de adiamento, posto que já foi dirimida a dúvida regimental que estava apresentada.

 

O SR. PRESIDENTE: É um Requerimento que deve ser renovado para que a Mesa possa colocá-lo em votação.

Em votação  Requerimento do Ver. Gerson Almeida, que solicita seja adiada a votação do PLL nº 02/97 por três Sessões.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, solicitam-me objetividade em meu pronunciamento. Eu achava que a proposta de cinco Sessões de adiamento era razoavelmente inteligente. Até gostaria que o adiamento fosse mais longo, de umas cinqüenta Sessões, por exemplo. A redução para três Sessões mantém o assunto na discussão e no debate público que hoje se instalou.

O Ver. Renato Guimarães claramente me colocava, noutro dia, após a votação, que não há como deixar de se reconhecer que nessa votação há um confronto ideológico, há um confronto de posições entre as pessoas que querem fazer reforma agrária de qualquer jeito, e as outras, que sustentam que tem limite - essa  é  a  minha  opinião.  E V.Exa., Ver. Renato, concorda comigo quando diz que há um confronto. Eu estabeleci um limite nesse confronto, que é o respeito ou não do estado de direito. Esse é o limite que venho estabelecendo há mais tempo, por qualquer razão que venha a ser colocada. Então, o adiamento por três Sessões nos coloca, daqui a uma semana, novamente diante desse fato. Eu não acredito que o adiamento em si possa prejudicar a decisão da Casa.

Então, eu quero dizer, com toda a honestidade, que estava preparado para votar no dia de hoje e me sinto preparado de votar em qualquer uma das oportunidades, admitindo que, quanto mais longo fosse o adiamento, melhor seria para que pudéssemos avaliar a extensão da nossa decisão, lamentando que nós não tivéssemos tomado a iniciativa da protelação nessa decisão antes da primeira votação, que gerou todos esses debates de que nós temos conhecimento. Estou pronto para votar a matéria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não pude concordar com a afirmativa do Ver. Pujol quando ele disse que, quanto maior o adiamento, mais teríamos tempo para delimitar as questões que envolvem a decisão da matéria. Eu creio que cinco Sessões seria um adiamento prolongado porque não há dúvida de que a matéria ensejou um grande problema. Eu diria que melhor seria que o Regimento coibisse certas matérias de renovação de votação, mas, não havendo isso, não se pode falar sobre hipóteses e tem que se falar do direito que tem  cada Vereador de exercer, dentro dos limites da Lei Orgânica e do Regimento, a sua decisão ou o exercício pleno do seu mandato, onde se inclui o pedido de renovação por qualquer Vereador. Mas agora eu creio que chegamos a um limite de desgaste. Qualquer que seja a decisão vai haver desgaste, isso está tranqüilo. Até já está havendo desgaste mesmo sem decisão. Então, eu fui um dos que pedi, já que eu acho que também seria desgastante nós irmos para o voto, agora, para decidirmos sobre o adiamento. Eu solicitei, junto com outros Vereadores, e fui atendido pelo nobre Líder do PT, que diminuísse de cinco Sessões para três, que creio ser, se não um consenso, pelo menos uma situação emergencial que nos demove de tomar uma decisão que sufrague a outra parte, ou seja, nós chegaremos em um momento em que a decisão estará plena para ser tomada. Eu não digo que o resultado irá agradar a todos, mas digo que acho conveniente amadurecer-se a decisão para a Instituição Câmara Municipal.

Diante da afirmativa do Ver. Reginaldo Pujol, que é uma respeitável opinião, mas eu discordo, a minha opinião pessoal é de que a matéria deveria ser dirimida hoje, porque está sendo um desgaste para este Vereador e, até certo ponto, para o nosso Partido, em sua “interna corporis”, em sua situação interna. Está havendo um desgaste que está, inclusive, nos jornais de hoje. Então, sob nosso ponto de vista, não gostaríamos de esgarçar esse desgaste. Falo, é claro, pela Liderança do PDT. Não é que as outras bancadas tenham que se curvar aos problemas do PDT, mas temos que chegar a um equilíbrio. E atendida a diminuição de cinco para três Sessões, eu vim à tribuna para solicitar que nós não chegássemos ao ponto de não votar. Há muito desgaste em relação a essa  matéria.

Eu creio que as três Sessões estão bem. E não se passe das três, porque há que se ver cada bancada, cada situação e o conjunto do desgaste geral da Câmara Municipal. Por isso acho bem três Sessões. Acho que  atende, se não o total, pelo menos um percentual saudável para que relaxemos um pouco e partamos para a tão esperada decisão, atendendo, como a democracia exige, a outra parte que, neste momento, se entrou com um Requerimento de adiamento, é porque não há um consenso de votação hoje. Então, é um atendimento para não se dizer que a maioria fez uso indevido dessa maioria. Nós achamos que a democracia não é ditadura de maioria, mas, em certas ocasiões como esta, não vai haver consenso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Luiz Braz, que desiste. Está com a palavra o Ver. Pedro Américo Leal.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos verificando aqui o que foi essa iniciativa da Vera. Maria do Rosário. Estamos praticamente estatelados e não sabemos como vamos fazer. Vamos votar a renovação? Fizemos a renovação. Vamos votar agora adiamento de sessão por três, cinco vezes? Eu até acho que deveria ser a história  d’“As mil e uma Noites”, noites infindas, ou então a história do burro que aprendia inglês. A fábula do burro: todos faziam a hipótese de que, em um determinado tempo, haveria uma decisão de uma determinada autoridade. Então, um sujeito arbitrou que um burro aprenderia inglês antes da decisão da autoridade acontecer. Diante daquela impossível façanha, ou ele ou o burro morreriam, porque o burro não aprenderia inglês mesmo - é impossível um burro aprender inglês.

É esta a posição da Câmara. Foi uma infeliz iniciativa da Vera. Maria do Rosário. Disse isso na primeira intervenção e está provado: João Pedro Stédile não passou no gosto da população de Porto Alegre, passou no do PT, numa disciplina partidária forçada. A Vera. Maria do Rosário apresentou a proposição e o PT, regimentado, apoiou-a. Estamos agora aqui estatelados, não sabemos o que vamos fazer. Estamos com um tijolo quente na mão. O que vamos fazer, Vera. Maria do Rosário, que já percebeu que está vestida com a cor verde-oliva, em combinação comigo? V.Exa. deve estar arrependida de ter feito isso, porque esse é um indivíduo que está sob enfoque nacional, fez intervenções e proposições descabidas, e agora até o José Rainha foi condenado a 26 anos de prisão. Então, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra está por baixo. A política é uma linha sinuosa, um eletroencefalograma, uma “montanha russa”. O PT está por baixo, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra está por baixo. Reconheçam isso. A prova está aqui nesta tarde. O Ver. Pujol inclusive propôs que se fizessem até 50 sessões - limitou.

Quero dizer que possui infelicidade essa proposição. O PT não sabe como vai sair dessa situação, porque a Cidade de Porto Alegre rejeitou. Homens simples, operários, empresários, todos acharam que a proposição da Vera. Maria do Rosário foi descabida. Não há palpite que salve essa proposição. Ela está praticamente aniquilada. Vera. Maria do Rosário, V.Exa. está diante da realidade e deve estar arrependida de ter feito essa proposição. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para encaminhar.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Ver. Clovis Ilgenfritz, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu vou procurar me ater à proposição que estamos avaliando no momento: o pedido de adiamento.

 Eu peço aos Senhores que aprovem adiamento, que foi subscrito pelo nosso Líder Ver. Gerson Almeida, pelo espírito altamente democrático que nós temos nesta Casa. Sabem os Senhores que compor uma maioria de 22 votos não é fácil. E não é fácil neste Plenário também. E nós sabemos que, neste momento, nós não temos, aqui, todos os Vereadores.

 Nós já aprovamos esta matéria  num determinado momento. E até trouxe o processo, aqui, na tribuna da Casa, para mostrar aos Senhores que, na folha de rosto, onde temos a Exposição de Motivos, existe a data de 13 de janeiro de 1997. Quando esta Vereadora protocolou o pedido, ainda estávamos em recesso. No momento em que protocolei o pedido, contei com o apoio, com a assinatura, a subscrição, ao lado do meu nome, o que muito me honrou desde aquele momento, de uma série de Vereadores e Vereadoras, meus pares, que aprovaram a tramitação. É bem verdade que o Ver. João Dib - o único Vereador a se posicionar neste sentido - assinou e disse que era favorável à tramitação, somente à tramitação. Ressalvo a posição do Ver. João Dib, tomada de primeira hora. Nós estamos, portanto, com um processo que teve a aprovação e o voto favorável dos Srs. Vereadores da Comissão de Constituição e Justiça, onde tivemos, na relatoria, o Ver. Nereu D'Ávila. Foi aprovado com todos os votos, com exceção do voto do Ver. João Dib, e, inclusive, pelo Ver. Reginaldo Pujol, com Declaração de Voto, é bem verdade.

Estou procurando me ater ao processo para recuperar, do ponto de vista do processo, a caminhada que ele fez dentro da nossa Casa. No dia 9 de maio, o Ver. Carlos Garcia relatou na Comissão de Educação e Cultura, tendo o voto favorável de todos os Vereadores daquela Comissão. Em seguida, o Projeto veio para o Plenário e nós tivemos dificuldades, sim. Alguns Vereadores, alegando declarações do nosso homenageado, João Pedro Stédile, tiveram dúvidas. Alguns Vereadores não votaram, mas nós obtivemos 24 votos, pelo espírito democrático da Casa, pelo espírito de reconhecimento de que nós não vivemos numa sociedade onde só um lado pensa, mas que nós temos várias posições e que nós somos o absoluto produto desta divergência que existe na sociedade. E eu quero, como Vereadora desta Casa, uma dos 33, uma, somente uma, ter o direito de trazer a esta Casa a possibilidade de uma homenagem a um segmento do qual me sinto representante. Vejam: as regiões metropolitanas e as capitais de Estado sofrem muito  pela ausência da reforma agrária e as nossas elites sempre foram muito conservadoras e reacionárias com relação a esse tema. Nunca olhamos para essa questão com prioridade e o êxodo rural se colocou sempre nas capitais.

 É por isso, Srs. Vereadores, porque tem a ver com a Cidade de Porto Alegre, que fiz essa proposição. Muitos Vereadores me disseram que votaram porque sempre votam em todas as proposições de Vereadores. Quero reconhecer desta tribuna o alto espírito democrático de coleguismo no sentido da cooperação para o trabalho justo que encontrei em Vereadores desta Casa, alto espírito ético e de moralidade. Agora, Ver. Nereu D'Ávila, quando fomos parceiros na Comissão de Modificação do Regimento, fui uma das pessoas que se posicionou a respeito de critérios mais claros acerca da renovação de votação. Nós estamos, sim, julgando uma pessoa. Não temos esse direito nesta Casa. Não julguei ninguém. Sempre votei favorável  a  todos os títulos. Para mim essa não é uma questão ideológica e sim de discussão na sociedade. Eu acredito no profundo espírito democrático e que não faremos prevalecer qualquer ranço ideológico frente à deliberação que já foi tomada pela Casa. Espero que, após esse episódio, consigamos avaliar o que significa isso e possamos fazer uma modificação no Regimento para que não aconteça mais de virmos a colocar  qualquer pessoa na situação em que nos encontramos hoje, porque, uma vez votado o título de Cidadão de Porto Alegre, ele deverá ser honrado pela Casa. Agradeço a todos que votarem pelo adiamento. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Gerson Almeida, que pede adiamento por três Sessões da renovação de votação do PLL nº 02/97. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 0880/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 007/97, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que institui o Prêmio Mérito Sindical, a ser concedido anual e individualmente.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento pedindo adiamento da discussão do  Projeto de Resolução  nº 07/97 por  uma Sessão, de autoria do Ver. Paulo Brum.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO  por unanimidade.

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DISCUSSÃO GERAL - 1a. SESSÃO

 

PROC. 0687/97 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 001/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que acrescenta parágrafos ao Art. 119 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre e dá outras providências. (exposição das contas do Município ao contribuinte)

                                

Parecer

- da Comissão Especial - Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- discussão geral e votação nos termos do Art. 130 e seus §§ do Regimento da CMPA;

- adiada a discussão por três Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE: Há um Requerimento, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, pedindo adiamento da discussão do PELO nº 01/97 por duas Sessões.

Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário do Ver. João Dib.

Passamos ao período de votação de Requerimentos.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Em renovação de votação, Requerimento nº 133/97, de autoria do Ver. Cyro Martini, solicitando Moção de Protesto pela inobservância do Governo Estadual aos seus compromissos constitucionais referentes à segurança pública.

Foram iniciados os encaminhamentos e não houve quórum. Encaminharam os Vereadores Cláudio Sebenelo e Pedro Américo Leal.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Cyro Martini.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na última sexta-feira, quando a Sessão já se achava prolongada, tivemos alguns atritos em função  de que é desaconselhável que numa Sessão como esta, que se desdobra desde as 14 horas, no apagar das luzes, quando, claramente, a maioria dos Srs. Vereadores já não se encontra no Plenário - poderíamos até declarar a falta de quórum para deliberação, de vez que é patente que não temos aqui l7 Vereadores  e tivemos, há pouco tempo, adiadas todas as matérias que estavam na Ordem do Dia -, então, nesta hora, tenho que discutir uma proposição do Ver. Cyro Martini, que é um libelo contra o Governo do Estado do Rio Grande do Sul e que pede que seja encaminhada ao Governador do Estado uma Moção de Protesto pelo que ele entende ser o descompromisso, por parte do Governo, relativamente a várias situações que envolvem a Polícia Civil e a Polícia Militar aqui do Estado.

Ora, Sr. Presidente, eu já tive a oportunidade, Ver. Cyro Martini, de dizer, em outra ocasião, falando de situação símile, que este assunto da Polícia Civil e da Polícia Militar é tão importante que eu me coloquei favorável a uma proposição do Ver. Hélio Corbellini que pedia a criação de uma verdadeira Comissão Permanente que se debruçasse sobre esse assunto. É evidente que isso não está em discussão no momento. O que está em discussão é se vamos apoiar esta Moção de Protesto, figura muito forte, inclusive pelos fundamentos que justificaram esta proposição. Ela diz que há insatisfação dos cidadãos e das autoridades municipais, há reclamação dos policiais civis e militares que denunciam, há tempo, o descumprimento da Lei da Política Salarial nº l0359/95 e de outras obrigações remuneratórias pertinentes para com eles.

Sr. Presidente, o problema da remuneração do servidor público em geral e, em especial, dos militares e policiais se arrasta há muito tempo. Há os que afirmam - eu não vejo aqui nenhum dos colegas integrantes da Bancada do Partido Democrático Trabalhista - que o fosso que se colocou através da proposição governamental do ilustre ex-Governador Alceu Collares, que deu aos coronéis da Brigada, aos oficiais superiores da Brigada, aos Delegados de Polícia, uma situação privilegiadíssima no tratamento, e que abriu  o fosso com os Comissários  de Polícia, com os praças de pré, que esse é o início  de todo esse processo.

Não é um processo simples, não é um processo elementar capaz de justificar que nós aqui cansados, num final da tarde, venhamos a atender uma solicitação do nosso colega Ver. Cyro Martini, envolvido com a sua categoria policial, dadas as suas origens, não-negadas, reconhecidas e proclamadas, a fazer um protesto ao Governador do Estado, o que vai se permitir, inclusive, especulações, explorações e que, no fundo, Ver. Pedro Américo Leal - V.Exa. tem com essas duas corporações íntimas veiculações -, não vão contribuir para um objetivo maior a ser atendido, que são essas distorções na remuneração dos policiais militares e civis, em grande parte reconhecidas por todos diante desta penúria que se lamenta o Estado de estar vivendo no presente momento. Eu sei, Ver. Záchia, que daqui a pouco vai vir alguém na tribuna para dizer que o Governo do Estado tem dinheiro para pagar, que deu R$ 250.000,00 para a GM. Eu ouço isso toda hora.

É evidente que não podemos tratar esses assuntos de forma epidérmica. Temos que tratar com profundidade. Se essa Moção vier a ser votada hoje - estou achando difícil, pelo quórum reduzidíssimo -, eu honestamente, Ver. Cyro Martini,  pelas razões que estou colocando de forma mais sintética possível, poupando os Senhores até do desprazer de me ouvir neste final de Sessão, eu vou votar contra sua proposição, porque acho que ela não contribui objetivamente para aquilo que me parece ser a sua pretensão. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, ouvi V.Exa. fazer um encaminhamento para esse período de votação que acredito que não esteja coerente  com outras votações que já tivemos aqui na Casa. Esse processo não chegou à  votação  porque faltou quórum. Isso significa que aqueles que encaminharam na Sessão anterior poderiam, nessa Sessão, voltar a encaminhar, já que o processo de votação começa todo novamente. Então, como os encaminhamentos se dão no processo de votação, temos novamente todos os encaminhamentos e temos um parecer na Casa nesse sentido, que orientou outras votações.

 

O SR. PRESIDENTE:  Nobre Ver. Luiz Braz, sempre é bom esclarecer: há um Parecer da Comissão de Justiça que diz que, em  não se consumando a votação por falta de quórum, não significa anular a votação. A votação continua no momento em que houver quórum. Se a votação fosse anulada, começaria todo o processo novamente. Essa é a orientação do Parecer da Comissão de Justiça.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Esclarecimento): Só para um esclarecimento: acompanho o raciocínio da Mesa e da Diretoria Legislativa, que me parece correto, ainda que seja deles discordante.  Há uma manifestação da Comissão de Justiça,  aprovada contra o meu voto, um parecer do Ver. Darci Campani, mas não vejo como retomar uma votação sem ter anulado a votação anterior, que não se realizou. O Parecer do Ver. Darci Campani contempla situações em que antes da votação não houve a decisão da Casa. Mas essa foi uma votação que se registrou e não se completou porque foi nula em função da inexistência de quórum. Então, acho que se reabre todo o processo.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, para constar nos Anais desta Casa por razões de verdade e de justiça, nós não poderíamos deixar de trazer a esta tribuna a nossa palavra. É verdade que nós não temos a testemunhar o nosso pronunciamento o quórum que seria necessário. Me chama a atenção o fato de fazer luzir na cabeça de alguns dos nossos pares a verdade e, de outra parte, por verdade, justiça. Quem não concorda com os termos da Moção? Só quem não quer enxergar, tendo olhos para tanto.

A Moção de Protesto diz: “pela qual o Legislativo de Porto Alegre manifesta a sua expressa e veemente desconformidade com relação à inobservância do Governo Estadual sobre seus compromissos constitucionais referentemente à segurança pública, demonstrada pela constante reclamação dos cidadãos e das municipalidades contra a insegurança reinante nas diversas regiões do Estado, sobretudo em nosso Município, devido à carência de recursos humanos e materiais para o satisfatório desempenho das organizações policiais civis e militares, tanto no que concerne à violência criminal quanto à prática de abuso no trânsito. E com referência ao descaso acerca do repasse dos valores arrecadados em razão das multas aplicadas aos infratores no tráfego, consoante prescreve a Constituição do Estado. Ademais, some-se à insatisfação dos cidadãos e das autoridades municipais as reclamações dos policiais civis e militares que denunciam há tempo o descumprimento, pelo Executivo Estadual, da Lei de Política Salarial de          nº10395/95 e de outras obrigações remuneratórias pertinentes para com ela.”

A justificativa a esta Moção e a esta proposta busquei-a nos jornais de Porto Alegre, porque traduzem, nesse sentido, a posição, a maneira de ver, a verdade que luz da alma, o anseio e a preocupação de todo porto-alegrense.  De um lado, a sorte que ele tem com relação a sua segurança, pois as nossas moradias demonstram claramente que há uma total sensação de insegurança e, de outro, uma efetiva insegurança porque os organismos policiais não contam com os recursos humanos e materiais necessários para enfrentar toda sorte de violência hoje praticada. E vêm alguns Vereadores querer desconhecer a verdade e querer desviar o assunto! Pois saibam que, se os delegados de polícia e se os oficiais da Brigada conseguiram um patamar salarial justo, não o foi por concessão ou favor, mas por prescrição constitucional assim reconhecida em termos nacionais. Não é favor nem doação de Britto ou de quem quer que seja. E o Dr. Britto que faça o favor de pagar os delegados de polícia e os oficiais da Brigada, que fica jogando mês a mês e não paga em bom tempo, quando ele já pagou outras categorias como o Poder Judiciário e o Ministério Público. Eu não estou reclamando dos salários atrasados dos delegados de polícia e dos oficiais da Brigada, mas do minguado salário do soldado da Brigada, do investigador  e do escrivão de polícia e do cabo da Brigada Militar. E as outras categorias devem reclamar, e o fazem com plena justiça. Por isso é que essa Moção novamente se coloca como absolutamente justa e correta. O Governo que cumpra sua obrigação, pague em dia e pague de acordo  com a lei proposta por ele mesmo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O ocaso da nossa Sessão de hoje se dá com a demonstração de alta dignidade de um colega Vereador ao fazer a defesa de um discurso que ele acredita. Ver. Cyro Martini, aceite os meus cumprimentos.

Não havendo quórum, declaro encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

 

(Encerra-se a Sessão às 19h09min.)

 

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